Obras
Arquitetura Animal
installation


Data
2001
Técnica
Tecido de poliamida, cravinho e açafrão em pó
Dimensões
360 x 480 x 510 cm (aprox.)
Ernesto Neto, um dos mais conceituados artistas brasileiros, é mundialmente conhecido pelas suas enormes obras tridimensionais que se situam entre a escultura e a instalação na irreverente articulação formal e simbólica entre diversas matérias. - Arquitetura Animal
dá título à escultura de grande dimensão e formas orgânicas representativa da obra de Neto a partir da segunda metade da década de 1990, cuja aparência parece conduzir à analogia entre corpo e arquitetura na relação com a experiência do espectador e a invasão do espaço expositivo. Nesta obra, as formas sinuosas elaboradas através da suspensão e dilatação de vários metros de tecido de poliamida, estendendo-se e apropriando-se do espaço pelo aprisionamento de quatro pontos no teto, parecem recriar organismos vivos ou talvez alusões à interioridade do corpo humano ou à própria pele. Essas extensões equidistantes, dispondo-se verticalmente em direção ao chão, têm na sua extremidade bolsas criadas pelo preenchimento de especiarias em pó, cravinho e açafrão, e pelo peso que estas produzem no conjunto da obra. Dispostas num total de sete bolsas pendentes, quatros nas extremidades (pó de cravinho) e três centrais (pó de açafrão), traduzem a reconfiguração espacial e arquitetónica que serve agora à experiência sensorial e sinestésica do espectador - quer individualmente, ao habitar o espaço criado, ou no conjunto da interação e “intersubjetividade” de vários visitantes simultaneamente. Neste sentido, esta obra, admitindo o cruzamento e complexa interinfluência entre escultura, instalação e arquitetura- ,
foi projetada para ser percorrida, ocupada e sentida, sendo desta forma surpreendentemente despertados e animados os sentidos da visão, do tato e olfato. Uma espécie de encontro íntimo, imersivo, meditativo e regressivo, que apela simultaneamente ao envolvimento corpóreo e reflexão acerca da força e fragilidade do mundo, na qual parece assentar uma potencial transcendência da perceção direta e linear da obra de arte.
Carolina Quintela
dá título à escultura de grande dimensão e formas orgânicas representativa da obra de Neto a partir da segunda metade da década de 1990, cuja aparência parece conduzir à analogia entre corpo e arquitetura na relação com a experiência do espectador e a invasão do espaço expositivo. Nesta obra, as formas sinuosas elaboradas através da suspensão e dilatação de vários metros de tecido de poliamida, estendendo-se e apropriando-se do espaço pelo aprisionamento de quatro pontos no teto, parecem recriar organismos vivos ou talvez alusões à interioridade do corpo humano ou à própria pele. Essas extensões equidistantes, dispondo-se verticalmente em direção ao chão, têm na sua extremidade bolsas criadas pelo preenchimento de especiarias em pó, cravinho e açafrão, e pelo peso que estas produzem no conjunto da obra. Dispostas num total de sete bolsas pendentes, quatros nas extremidades (pó de cravinho) e três centrais (pó de açafrão), traduzem a reconfiguração espacial e arquitetónica que serve agora à experiência sensorial e sinestésica do espectador - quer individualmente, ao habitar o espaço criado, ou no conjunto da interação e “intersubjetividade” de vários visitantes simultaneamente. Neste sentido, esta obra, admitindo o cruzamento e complexa interinfluência entre escultura, instalação e arquitetura- ,
foi projetada para ser percorrida, ocupada e sentida, sendo desta forma surpreendentemente despertados e animados os sentidos da visão, do tato e olfato. Uma espécie de encontro íntimo, imersivo, meditativo e regressivo, que apela simultaneamente ao envolvimento corpóreo e reflexão acerca da força e fragilidade do mundo, na qual parece assentar uma potencial transcendência da perceção direta e linear da obra de arte.
Carolina Quintela