Obras
Colditz
painting


Data
1972
Técnica
Acrílico e colagem de papéis sobre tela
Dimensões
- 35,5 x 46 cm56,5 x 67 x 3 cm
Mostrada retrospetivamente desde 1988 (Fundação Calouste Gulbenkian) Paula Rego é uma artista com uma produção extensa e diversa. Com apenas 17 anos, parte em 1952 para Londres, capital onde inicia os estudos na Slade School of Fine Art como bolseira (FCG) e conhece Victor Willing, seu marido a partir de 1959. De um modo geral as décadas de sessenta e setenta, no percurso desta pintora, correspondem a um período heterogéneo na exploração de técnicas e linguagens pictóricas. Contudo a nível familiar esta é definida como uma das fases mais infelizes, face a acontecimentos particulares (morte do pai e diagnóstico de esclerose múltipla no marido), económicos e políticos (falência negócio familiar após revolução de abril e a venda de casa na Ericeira).
Esta pintura Sem título, data de 1972, quando Paula Rego ainda vive entre Inglaterra e Portugal, até se fixar definitivamente no primeiro país, em 1976. Partindo de contos infantis e das suas próprias memórias, a artista afirma que deseja contar histórias com a sua pintura, criando narrativas e percursos em que o desfecho é maioritariamente desconhecido. Dentro do campo da designada nova figuração surgida nos anos 60, estas pinturas são reflexo do universo emocional da artista, onde as figuras são desmembradas, invertidas, recompostas e obliteradas, funcionando o seu processo de composição como uma espécie de catarse. Os fragmentos orgânicos utilizados, a par de uma dimensão anárquica, são herdeiros do surrealismo que marcou as primeiras décadas da sua produção, juntamente com a art Pop inglesa, presente na forte opção cromática.Executada faseadamente, a obra é desenvolvida segundo um método de adição e subtração, em que Paula Rego explora as técnicas da pintura, corte e colagem. Num jogo de ocultação e exibição, o resultado compreende diversas camadas, onde os planos e figuras alternam o estatuto e significância, possibilitando diferentes leituras.
RD
Esta pintura Sem título, data de 1972, quando Paula Rego ainda vive entre Inglaterra e Portugal, até se fixar definitivamente no primeiro país, em 1976. Partindo de contos infantis e das suas próprias memórias, a artista afirma que deseja contar histórias com a sua pintura, criando narrativas e percursos em que o desfecho é maioritariamente desconhecido. Dentro do campo da designada nova figuração surgida nos anos 60, estas pinturas são reflexo do universo emocional da artista, onde as figuras são desmembradas, invertidas, recompostas e obliteradas, funcionando o seu processo de composição como uma espécie de catarse. Os fragmentos orgânicos utilizados, a par de uma dimensão anárquica, são herdeiros do surrealismo que marcou as primeiras décadas da sua produção, juntamente com a art Pop inglesa, presente na forte opção cromática.Executada faseadamente, a obra é desenvolvida segundo um método de adição e subtração, em que Paula Rego explora as técnicas da pintura, corte e colagem. Num jogo de ocultação e exibição, o resultado compreende diversas camadas, onde os planos e figuras alternam o estatuto e significância, possibilitando diferentes leituras.
RD