Obras
OP. II - 16
painting


Data
1961
Técnica
Óleo sobre platex
Dimensões
- 115,5 x 89 cm127 x 100,5 cm
António Areal (1934-1978), de formação autodidata, explorou diversas linguagens artísticas, cruzando a sua proposta plástica com uma intensa reflexão teórica. Iniciou o seu percurso nos anos de 1950 próximo dos surrealistas, num contexto nacional então ainda dominado pelo debate entre estes e os neo-realistas. Evoluiu nos anos de 1960 para uma linguagem que cruzava referências do informalismo francês com o expressionismo abstrato norte-americano - fase na qual se insere esta obra. Mais tarde, abordará linguagens próximas da pop art e do nouveau réalisme, abrindo caminho para futuros desenvolvimentos conceptuais.
Opus II - 16 data do período em que Areal usufrui de uma bolsa concedida pela Fundação Calouste Gulbenkian (1960-61) e com a qual parte para São Paulo, aí residindo até 1962. O uso de uma restrita paleta cromática concorre para a concentração da atenção no gestualismo que estrutura a pintura, na qual nos apercebemos do rasto do branco sobre o ocre e da aplicação espatulada do preto. É esse gesto que, progressivamente, coreografa a estruturação do espaço da obra abstrata, abdicando de qualquer ilusionismo perspético e concentrando no trabalho das três cores a construção de níveis de profundidade. O ocre e o branco, não prescindindo em si mesmos de ser gesto e textura, permitem que as formas estilhaçadas do negro emerjam, em formações que vão encontrando o seu caminho por imperativos de composição em explosões controladas.
Comparado com outras obras da mesma série, onde uma agitação gestualista impera, nesta obra o movimento contém-se numa elegante caligrafia de estilhaços.
Em Opus II - 16 o gesto faz-se signo e a forma é o índice rastreável de um ato.
LC
Opus II - 16 data do período em que Areal usufrui de uma bolsa concedida pela Fundação Calouste Gulbenkian (1960-61) e com a qual parte para São Paulo, aí residindo até 1962. O uso de uma restrita paleta cromática concorre para a concentração da atenção no gestualismo que estrutura a pintura, na qual nos apercebemos do rasto do branco sobre o ocre e da aplicação espatulada do preto. É esse gesto que, progressivamente, coreografa a estruturação do espaço da obra abstrata, abdicando de qualquer ilusionismo perspético e concentrando no trabalho das três cores a construção de níveis de profundidade. O ocre e o branco, não prescindindo em si mesmos de ser gesto e textura, permitem que as formas estilhaçadas do negro emerjam, em formações que vão encontrando o seu caminho por imperativos de composição em explosões controladas.
Comparado com outras obras da mesma série, onde uma agitação gestualista impera, nesta obra o movimento contém-se numa elegante caligrafia de estilhaços.
Em Opus II - 16 o gesto faz-se signo e a forma é o índice rastreável de um ato.
LC