Obras
Paisagem de Espanha
painting


Data
1928
Técnica
Óleo sobre tela
Dimensões
55,5 x 71 cm
A par de uma obra de caráter mais modernista, expresso no tratamento formal das suas paisagens habitadas com os seus casarios de arquiteturas instáveis, Alvarez cedo se dedicou também a registos de paisagem natural cuja eventual tentação bucólica observa, contudo, várias nuances estilizadoras. Tal é o caso desta Paisagem de Espanha. Com uma paleta sóbria que, nesse mesmo ano de 1928, inicia um reducionismo cromático (na expressão do historiador António Trinidad Muñoz), oferecendo delicados contrastes de verdes, lilazes e castanhos, os montes entrecruzam manchas texturadas, cujo ritmo horizontal é quebrado pela presença vertical de alguns pinheiros bravos isolados.
A ausência absoluta de sombra (aliás, sempre escassa na sua obra), nesta paisagem diurna de céu nebuloso e pesado, contraria ditames naturalistas e expressa a modernidade de um registo que se informa também nas leituras do artista quanto aos pressupostos das vanguardas europeias. São, por isso, os distintos planos de cor que criam a modelação do terreno, tal como, na parte superior da composição brancos e cinzas texturados modelam um céu de inverno. A modelação também oferecida pelas linhas mais densas da vegetação permite um recorte verde dos montes da meia distância, em que os tons castanhos dominam, enquanto ao longe as montanhas que tocam a linha do horizonte citam o azul da pintura clássica, quase se fundindo com o céu.
Integrando-se, decerto, em experiências de registos de paisagem de que há também exemplos da Serra da Agrela, nos arredores do Porto, com idênticos tratamentos dos céus (embora, nesses casos, as manchas de azul e cinza ocupem apenas o terço superior da composição), esta Paisagem de Espanha apresenta um franco equilíbrio compositivo entre o céu a terra, em que nenhum dos elementos esmaga o outro.
EF
A ausência absoluta de sombra (aliás, sempre escassa na sua obra), nesta paisagem diurna de céu nebuloso e pesado, contraria ditames naturalistas e expressa a modernidade de um registo que se informa também nas leituras do artista quanto aos pressupostos das vanguardas europeias. São, por isso, os distintos planos de cor que criam a modelação do terreno, tal como, na parte superior da composição brancos e cinzas texturados modelam um céu de inverno. A modelação também oferecida pelas linhas mais densas da vegetação permite um recorte verde dos montes da meia distância, em que os tons castanhos dominam, enquanto ao longe as montanhas que tocam a linha do horizonte citam o azul da pintura clássica, quase se fundindo com o céu.
Integrando-se, decerto, em experiências de registos de paisagem de que há também exemplos da Serra da Agrela, nos arredores do Porto, com idênticos tratamentos dos céus (embora, nesses casos, as manchas de azul e cinza ocupem apenas o terço superior da composição), esta Paisagem de Espanha apresenta um franco equilíbrio compositivo entre o céu a terra, em que nenhum dos elementos esmaga o outro.
EF