Obras
Sem título
sculpture


Data
2002
Técnica
Madeira, ferro e espelho
Dimensões
143 x 80,3 x 50,3 cm
Há neste trabalho uma confrontação com a história da escultura, que remete diretamente para a interioridade do próprio discurso artístico, e para o questionamento da representação do espaço e da condição frontal da escultura clássica. A atenção votada à representação do espaço na pintura neo-clássica e a sua pesquisa sobre as investigações e os trabalhos de ótica parecem situar esta obra numa suspensão entre a representação visual e perspética dos objetos (hipotética invocação irónica da obra Underweysung der messung, de Dürer), e a rasura, ou subversão, do plinto, que surge aqui como moldura de um espaço vazado, um espaço meramente enunciado — um desenho tridimensional —, concorrendo, juntamente com o espelho, elemento que direciona e expande o próprio espaço, para uma intencional leveza da escultura.
Simultaneamente, esta obra invoca uma dimensão temporal, subjacente a todo o seu trabalho artístico, manifestada, seja no que o próprio artista chama de “tempo-história” seja como energia, que circula entre os vários planos da escultura. A construção das cabeças, conseguida através da sobreposição modular, subverte também o tradicional processo de modelação na escultura, e concilia, simultaneamente, a feição industrial com uma irónica e aparente feição orgânica.
JCP
Simultaneamente, esta obra invoca uma dimensão temporal, subjacente a todo o seu trabalho artístico, manifestada, seja no que o próprio artista chama de “tempo-história” seja como energia, que circula entre os vários planos da escultura. A construção das cabeças, conseguida através da sobreposição modular, subverte também o tradicional processo de modelação na escultura, e concilia, simultaneamente, a feição industrial com uma irónica e aparente feição orgânica.
JCP