Obras
Sem título
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Data
1972
Técnica
Guache, grafite e tinta da China sobre papel
Dimensões
- 70 x 50 cm77 x 57 cm
Oscilando entre um abstracionismo geométrico e outras expressões mais cinéticas, o trabalho de Vítor Fortes joga com o sentido do espaço na pintura, chegando a simular tensões na superfície da tela. Na sua procura da criação da ilusão do volume, a fuga à bidimensão pictórica cita por vezes o exercício do desenho arquitetónico ou o movimento de volumes no espaço. Explorando também os volumes na gravura, meio artístico que praticou extensamente, em muitas das suas obras o papel sofre uma pressão que cria relevos e depressões na superfície do suporte, introduzindo fisicamente a tridimensão.
Pintor, a sua tentação volumétrica devedora também das influências dos multifacetados artistas e designers suíços Max Bill e Richard Lohse, apresenta, contudo, uma maior contenção cromática e formal.
O presente trabalho, - Sem título,
de 1972, insere-se numa série de experiências em torno de formas retangulares que sugerem portas (ou biombos), que desenvolveu por estes anos, em desenho e pintura, e que deixam ver, através da sua estrutura transparente, várias outras formas geométricas. Com grande rigor do traçado, a verticalidade da composição é equilibrada pela introdução de vários elementos compostos por linhas horizontais e por diagonais. O esbatimento de algumas linhas acentua a ilusão de volumetria, criando um efeito de sombra que sublinha a dinâmica espacial das suas estruturas abertas. A sobreposição de formas, a sua articulação no espaço, criando a ilusão de profundidade e também de movimento, alia-se à transparência das cores, num vermelho que se abre também gráfica e tonalmente. Neste caso concreto, a referida transparência cromática do vermelho ao laranja, é acentuada pelo recurso à aguarela. O espaço torna-se, assim, dinâmico nas múltiplas camadas criadas, em conjunto, pela linha e pela cor.
Emília Ferreira
Pintor, a sua tentação volumétrica devedora também das influências dos multifacetados artistas e designers suíços Max Bill e Richard Lohse, apresenta, contudo, uma maior contenção cromática e formal.
O presente trabalho, - Sem título,
de 1972, insere-se numa série de experiências em torno de formas retangulares que sugerem portas (ou biombos), que desenvolveu por estes anos, em desenho e pintura, e que deixam ver, através da sua estrutura transparente, várias outras formas geométricas. Com grande rigor do traçado, a verticalidade da composição é equilibrada pela introdução de vários elementos compostos por linhas horizontais e por diagonais. O esbatimento de algumas linhas acentua a ilusão de volumetria, criando um efeito de sombra que sublinha a dinâmica espacial das suas estruturas abertas. A sobreposição de formas, a sua articulação no espaço, criando a ilusão de profundidade e também de movimento, alia-se à transparência das cores, num vermelho que se abre também gráfica e tonalmente. Neste caso concreto, a referida transparência cromática do vermelho ao laranja, é acentuada pelo recurso à aguarela. O espaço torna-se, assim, dinâmico nas múltiplas camadas criadas, em conjunto, pela linha e pela cor.
Emília Ferreira