Obras
Sem título (Wynn's Macau)
photography


Data
2011
Técnica
Impressão a jato de tinta em papel Platine Fibre Rag
Dimensões
50 x 70 cm (8x)
Toda a obra de José Maçãs de Carvalho está intimamente ligada à questão dos arquivos e às noções relacionadas de memória, perceção, tempo e experiência espacial. Através da fotografia e do vídeo, desenvolve os conceitos de repetição elíptica, sequência e boa vizinhança de imagens semelhantes mas diferentes. Esta prática reflete a sua compreensão cinematográfica, poética e warburguiana da cultura e da memória como processos dinâmicos em vez de teias e grelhas congeladas. De forma constante, o artista evoca a expressividade latente das imagens armazenadas do passado, devolvendo-lhes a contemporaneidade da sua existência.
A atual série de fotografias ancoradas na realidade apresenta uma repetida fotografia da paisagem urbana do Wynn Casino-Hotel de Macau. Na margem oposta do rio, erguem-se torres e edifícios que compõem o plano de fundo da imagem. Os espectadores que passam, vistos por detrás e em contraluz, aparecem em primeiro plano. O seu número e densidade variam de imagem para imagem, bem como a intensidade da luz, criando uma sensação de movimento e de passagem do tempo. Um imponente painel digital, com pequenos filmes de marcas de luxo em rotação, é arrojadamente iluminado com linhas vermelhas brilhantes, cujo papel é realçar o ecrã central. Ampliando os nomes associados a elevados padrões de vida e fetichismo de mercadorias, a publicidade chama a atenção. As suas luzes quentes concentradas e palavras intermitentes produzem um contraste visual impressionante com a atmosfera sombria dominada por tonalidades de preto e cinzento.
Esta série evidencia as tensões entre o visível e o invisível, a quietude e o movimento, a repetição e a variação, a fixidez e a transitoriedade, a semelhança e a diferença. Dentro de imagens fixas emolduradas e falsamente idênticas, é através da diferença, mas também através do que excede os limites, que o movimento, a novidade e a interrogação são produzidos, revelando simultaneamente a natureza móvel e subjetiva da perceção. Apesar da ausência de narrativa e da irrevogável perda de “aura” associada ao que há de único, novos significados estimulam, através da repetição, ligações e detalhes imprevistos, sacudindo a estabilidade de qualquer representação do mundo.
KS
A atual série de fotografias ancoradas na realidade apresenta uma repetida fotografia da paisagem urbana do Wynn Casino-Hotel de Macau. Na margem oposta do rio, erguem-se torres e edifícios que compõem o plano de fundo da imagem. Os espectadores que passam, vistos por detrás e em contraluz, aparecem em primeiro plano. O seu número e densidade variam de imagem para imagem, bem como a intensidade da luz, criando uma sensação de movimento e de passagem do tempo. Um imponente painel digital, com pequenos filmes de marcas de luxo em rotação, é arrojadamente iluminado com linhas vermelhas brilhantes, cujo papel é realçar o ecrã central. Ampliando os nomes associados a elevados padrões de vida e fetichismo de mercadorias, a publicidade chama a atenção. As suas luzes quentes concentradas e palavras intermitentes produzem um contraste visual impressionante com a atmosfera sombria dominada por tonalidades de preto e cinzento.
Esta série evidencia as tensões entre o visível e o invisível, a quietude e o movimento, a repetição e a variação, a fixidez e a transitoriedade, a semelhança e a diferença. Dentro de imagens fixas emolduradas e falsamente idênticas, é através da diferença, mas também através do que excede os limites, que o movimento, a novidade e a interrogação são produzidos, revelando simultaneamente a natureza móvel e subjetiva da perceção. Apesar da ausência de narrativa e da irrevogável perda de “aura” associada ao que há de único, novos significados estimulam, através da repetição, ligações e detalhes imprevistos, sacudindo a estabilidade de qualquer representação do mundo.
KS