A prática do artista polaco Pawel Althamer está enraizada no sistema de crenças que a arte pode transmitir a mudança. Reunindo experiência visual e mensagens sociais, o seu trabalho é caracterizado por uma abordagem participativa baseada no poder comunicativo e de formação de comunidades da arte. Em vez de um objeto estático, o trabalho de Althamer opera através da participação, colaboração e mediação de outras pessoas, dando forma a uma chamada experiência delegada, também refletida nos seus trabalhos escultóricos. Tentando re-imaginar a realidade, a prática de Althamer altera as perceções convencionais da realidade social, política e psicológica.
Sofá, 2000 é um exemplo do interesse de Althamer em descobrir e enfatizar o estranho e surpreendente potencial na vida quotidiana. A descontextualização aqui, como em grande parte da prática do artista, é um tema constante para Althamer, que põe em causa não só o estatuto do artista, mas também a ecologia do próprio mundo da arte. Montada a partir de pneus de borracha montados de uma forma que se assemelha a uma peça de mobiliário, a obra encarna a estética crua da vida quotidiana, uma técnica subversiva, que mina o "glamour" do mundo da arte e a compreensão tradicional de uma obra de arte. Uma continuação da exploração do artista sobre o motivo do mobiliário comum, tema recorrente na obra de Althamer, o sofá, associado à ideia de união, lazer, interação e intercâmbio social, por um lado funciona como um ativador da unidade, enquanto por outro, através da ausência do corpo humano, aponta para a impermanência dos corpos e para a natureza temporária da existência do homem.
MC