Obras

Superfícies I (da série «Superfícies»)

painting
Superfícies I (da série «Superfícies»)
Superfícies I (da série «Superfícies»)
© MACAM/Bruno Lopes
Data

1970/2000

Técnica

Esmalte acrílico sobre madeira

Dimensões

130 x 90 cm

Víctor Pires Vieira é um dos artistas portugueses que mais profusamente se tem dedicado a explorar os limites e possibilidades da pintura. O uso de formas geométricas simples, materiais industriais e cores monocromáticas reflete uma preocupação com a objetualização e autonomia da pintura enquanto meio. Adotando uma linguagem visual enraizada no minimalismo americano e inspirada pelo espacialismo italiano de Lucio Fontana, Pires Vieira integra a ideia de "interrupção", desafiando a bidimensionalidade tradicional da tela e ampliando o diálogo entre pintura e espaço.


Nas obras Superfícies I, II e III, da série “Superfícies” (1970/2000), Pires Vieira  utiliza uma forma geométrica que surge no seu primeiro trabalho de 1969 e se torna recorrente em obras posteriores durante os anos de 1970: uma garrafa estilizada com linhas retas. Este elemento, com forte influência das naturezas-mortas de Giorgio Morandi e do seu conceito de intemporalidade das formas, é transformado em ícone pictórico. Cada uma destas três obras apresenta uma pintura monocromática  com cores intensas – vermelho, amarelo, branco – com acabamento brilhante e industrial sobre suporte de madeira, que confere à obra uma qualidade imaculada e quase escultórica. A forma da garrafa é recortada e trabalhada individualmente em diferentes locais do suporte e orientações diversas, dinamizando a superfície da pintura e criando um jogo entre repetição e singularidade.


Esta série reflete o contínuo questionamento do artista sobre a desmaterialização da forma e a exploração das potencialidades da pintura, com recurso ao uso de planos rígidos que se evidenciam e relacionam em composições não hierárquicas. Ao propor a metamorfose da pintura bidimensional num objeto que se destaca da parede e dialoga com o espaço, Pires Vieira reafirma a pintura como um "facto em si mesmo". Longe de um regresso à pureza original, o artista explora incessantemente novos caminhos e problemáticas, reafirmando a sua obra como um espaço de experimentação e expansão dos limites da criação pictórica.


 


Adelaide Ginga

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