Alfredo Keil (Lisboa, 1850 – Hamburgo, 1907), cresceu no seio de uma família de origem alemã, cujo poder económico lhe proporcionou uma educação privilegiada. Começou muito cedo as aulas de pintura e de música, publicando a sua primeira obra musical (Pensée Musicale), com apenas doze anos. Em 1969, embarca com o pai numa viagem pela Europa, o que lhe permitiu contactar com diversas culturas e estudar na Academia de Belas Artes da Nuremberga. Em 1870, regressado a Portugal, frequenta ainda a Academia de Belas Artes de Lisboa. Apresenta-se como pintor aos dezoito anos, na 7ª Exposição da Promotora de Belas Artes, sendo que esteve também presente na 9ª Exposição, em 1972. A partir dessa altura, passou a estar ativo no núcleo artístico português, participando em inúmeras exposições, algumas valendo-lhe prémios, tais como o prémio Paisagem da Sociedade Promotora (1874). Em 1890, realizou uma mostra de cerca de 300 quadros no seu atelier, na Avenida da Liberdade. Internacionalmente, consagraria também a sua fama como pintor de paisagens, participando em exposições no Brasil, em Espanha e em França. Também nestas foi galardoado, destacando-se a menção honrosa que obteve na Exposição Universal de Paris, em 1878. Apesar do especial destaque que a paisagem adquiriu na sua obra, praticou outros géneros, como natureza-morta e cenas de género. Bebendo dos preceitos do Naturalismo, então em voga em Portugal, a sua obra adquiriu contornos que a inseriam no Romantismo. Após o ultimato inglês de 1890, compôs a sua obra musical mais célebre A Portuguesa, a qual se viria a tornar no hino nacional de Portugal, em 1911. Keil teve outros interesses, tais como a fotografia – à qual recorria como meio de suporte da pintura –, a arqueologia, a etnografia, revelando-se ainda um grande colecionador - com especial apreço por instrumentos musicais – e escritor, publicando diversos textos. Encontra-se representado em inúmeras coleções nacionais.
FMV, outubro 2020
FMV, outubro 2020