Antoni Tàpies

Antoni Tàpies (13 dezembro 1923 – 6 fevereiro 2012, Barcelona, Espanha), artista espanhol de referência, começou a pintar durante a longa convalescença de uma doença de que sofreu na sua juventude, também marcada pela Guerra Civil Espanhola (1936-39). Embora tenha iniciado estudos em Direito, em 1944, dois anos depois decide dedicar-se exclusivamente à produção artística. Influenciado por Miró, Klee e, mais tarde, Dubuffet, o seu trabalho rapidamente sobressai; em 1948 participou na criação da revista Dau al Set com o grupo homónimo de artistas e poetas da vanguarda catalã. Realizou a sua primeira exposição individual em 1950 (Galeries Laietanes, Barcelona) e recebeu uma bolsa pública francesa para passar um ano em Paris. A sua obra caracterizava-se pela recorrência progressiva a elementos geométricos e estudos de cor, em que o uso de texturas fortes denotava já um forte interesse pela matéria. Obteve reconhecimento internacional a partir de meados de 1950, graças ao seu estilo singular, próximo do matiérisme ou da Arte Informal, tendência da arte abstrata com foco nas matérias e materiais da atividade artística, explorando possibilidades expressivas da cor, da luz ou materiais menos convencionais – empregando nomeadamente detritos, terra ou pedra em peças de grande escala. Na década de 1960, explorou novas técnicas, texturas e suportes, recorrendo por exemplo a verniz ou objetos do quotidiano, incorporando igualmente elementos iconográficos e antropomórficos, texto e referências à situação catalã. A sua linguagem pictórica nunca cessa de evoluir, originando uma obra rica, prolífica, exposta em instituições de referência, na maioria das quais está representado, como o MoMA - Museum of Modern Art e Solomon R. Guggenheim Museum, Nova Iorque; Museum of Contemporary Art, Los Angeles; Institute of Contemporary Arts e Serpentine Galleries, Londres; Neue Nationalgalerie, Berlim; Musée d’Art moderne de la Ville de Paris e Centre Pompidou, Paris; Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid; MACBA - Museu d’Art Contemporani de Barcelona. Publicou vários ensaios sobre arte, política e o seu percurso pessoal. Criou a Fundació Antoni Tàpies em 1984, que abriu em 1990, ano em que foi distinguido com o prestigioso Praemium Imperiale de pintura pela Japan Art Association. Em 1993 recebeu, com Cristina Iglesias, o Leão de Ouro pela representação de Espanha na Bienal de Veneza.
CB
Outubro 2020