Obras
Ala Vermella [Ala Vermelha]
painting
![Ala Vermella [Ala Vermelha]](https://cms.macam.pt/storage/uploads/thumbs/inarte-work-3297_w840.jpg)
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Data
2001
Técnica
Pó de mármore, resina sintética e assemblagem sobre madeira
Dimensões
150 x 150 cm
- Ala Vermel
- l
- a,
do famoso pintor catalão Antoni Tàpies, é um fantástico exemplo do seu rico e visceral trabalho pictórico. Esta pintura, de 2001, apresenta as tonalidades ocre e sépia típica das suas obras, onde se destacam os elementos a vermelho e preto. A textura dada pela aplicação de pó de mármore e o uso de uma gestualidade e símbolos “grafitados”, concedem-lhe um aspeto de uma pintura mural, cuja solidez parece ser sustentada pela escolha da madeira como superfície de trabalho.
O trabalho de Tàpies é caracterizado por uma exploração material extensa e experimental, utilizando materiais que, de certa forma, estão mais associados à vida quotidiana, longe do uso da pintura nobre a óleo ou acrílico. Ao longo da sua carreira ficou evidente que as suas pinturas se tornam objetos de resistência, provocando uma reação forte a quem as observa. A obra aqui mencionada pertence a uma etapa do seu trabalho em que procura explorar o corpo humano, frequentemente fragmentado e em sofrimento, acabando por se tornar uma constante na sua pesquisa artística.
O retrato de um anjo decapitado, de asa vermelha tal como o título indica, alcança uma trágica violência, trabalhada de uma forma crua e primitiva. A forma quase ingénua como o corpo é representado vai ao encontro das suas ideias de revalorizar o que é visto pela sociedade como não digno ou até repulsivo. A condição humana e a debilidade do corpo, que o próprio artista enfrentou durante a sua vida, parecem centrais nesta obra, mistificada pelo seu granulado pictórico interrompido pelas cruzes no meio, um gesto que serve quase como assinatura de Tàpies.
Diogo da Cruz
- l
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do famoso pintor catalão Antoni Tàpies, é um fantástico exemplo do seu rico e visceral trabalho pictórico. Esta pintura, de 2001, apresenta as tonalidades ocre e sépia típica das suas obras, onde se destacam os elementos a vermelho e preto. A textura dada pela aplicação de pó de mármore e o uso de uma gestualidade e símbolos “grafitados”, concedem-lhe um aspeto de uma pintura mural, cuja solidez parece ser sustentada pela escolha da madeira como superfície de trabalho.
O trabalho de Tàpies é caracterizado por uma exploração material extensa e experimental, utilizando materiais que, de certa forma, estão mais associados à vida quotidiana, longe do uso da pintura nobre a óleo ou acrílico. Ao longo da sua carreira ficou evidente que as suas pinturas se tornam objetos de resistência, provocando uma reação forte a quem as observa. A obra aqui mencionada pertence a uma etapa do seu trabalho em que procura explorar o corpo humano, frequentemente fragmentado e em sofrimento, acabando por se tornar uma constante na sua pesquisa artística.
O retrato de um anjo decapitado, de asa vermelha tal como o título indica, alcança uma trágica violência, trabalhada de uma forma crua e primitiva. A forma quase ingénua como o corpo é representado vai ao encontro das suas ideias de revalorizar o que é visto pela sociedade como não digno ou até repulsivo. A condição humana e a debilidade do corpo, que o próprio artista enfrentou durante a sua vida, parecem centrais nesta obra, mistificada pelo seu granulado pictórico interrompido pelas cruzes no meio, um gesto que serve quase como assinatura de Tàpies.
Diogo da Cruz