Artistas

António Palolo

António Palolo (Évora, 1946 - Lisboa, 2000), ainda que autodidata, demonstra desde cedo a aptidão para as artes plásticas, assim como o desejo de se relacionar com as vanguardas artísticas. O primeiro contacto com a modernismo acontece através de Joaquim Bravo, que o apresenta a Álvaro Lapa e a António Charrua. A sua primeira exposição individual tem lugar em 1964, quando ainda tinha 18 anos, na Galeria 111 - à data, um importante centro de divulgação dos artistas ligados a actividades mais experimentais e vanguardistas - onde expõe regularmente até a década de 80. Entre 1967 e 1969, cumpre o serviço militar em África, razão pela qual é forçado a recusar o convite para ser um dos representantes de Portugal na Bienal de São Paulo. Regressado a Portugal, recebe menções honrosas na Exposição do Prémio Soquil (1969) e na Exposição Móbil da Arte (1970), e expõe em locais nacionalmente conceituados, tais como a Galeria Valentim de Carvalho, a Galeria Quadrum, a Galeria Diferença, o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian e a Sociedade Nacional de Belas Artes. No final dos anos 60, direciona o seu trabalho para novas modalidades, realizando filmes e vídeos experimentais, como Lines (1970) e Spacer (1976), assim como quatro instalações na Galeria Quadrum (1979-1981). A sua actividade contribuiu também para a re-decoração do café A Brasileira (1971), para o mural de celebração do 25 de Abril de 1974, em Belém, para a Piscina Municipal de Évora e para o Metropolitano de Lisboa. Realiza ainda, entre 1983 e 1989, instalações de concertos e capas de discos, para o grupo Telectu. Ao longo de cerca de quarenta anos, a sua obra alterna entre a abstração e a figuração, numa linguagem original dentro do panorama da pintura portuguesa, que assume como influência uma multiplicidade de movimentos artísticos internacionais, tais como a Pop Art, o Neo-Dadaísmo, o Hard Edge e o Neo-Expressionismo. Em 1995, é organizada uma retrospectiva da sua obra no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, e hoje podemos encontrá-lo representado em importantes coleções particulares e institucionais.
 
FMV, outubro 2020

Obras

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