Obras

Sem título

painting
Sem título
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© MACAM
Data

1988

Técnica

Acrílico sobre tela

Dimensões

65,5 x 92 cm

Ilustrativa do período do final dos anos 80 na obra de Palolo, esta pintura revela-se soma, recomposição e síntese das suas experiências artísticas das décadas passadas. Num primeiro olhar mostra-se quase totalmente dominada pela repetição de elementos numa simetria que é, no entanto, quebrada não só pela mancha escorrida central que foge à rigidez do padrão retangular, como também pelas pequenas manchas laterais que conferem diferentes texturas às barras horizontais rosas, laranjas e vermelhas. As manchas, as texturas, as três pingas escorridas deliberadamente por cima da barra central azul tornada castanha, a par das diferentes camadas de colorações e véus de transparências, conferem à peça uma noção de movimento contínuo, de espaço/ quadro em desenvolvimento. Na apreciação de José Luís Porfírio, essas marcas (possíveis vestígios de outra pintura ou de um outro caminho inicial desta pintura) assumiam-se demonstrativas do trabalho e processo de pintura em si, como se a obra mostrasse assim a sua própria história de composição. A cor, elemento fundamental e fundacional na obra de Palolo, funciona aqui como uma energia criativa que atribui ou retira texturas, conferindo maior ou menor opacidade, consoante a intensidade de luz ou de sombra. Trabalhadas num exercício gestual e expressivo, essas características cromáticas transformam os elementos geométricos retirando-lhes parte da rigidez abstrata e atribuindo-lhes uma espécie de leveza que se traduz num jogo de movimento das cores e das formas que se transformam aos olhos do observador. O espaço físico da peça ganha desta forma uma energia renovada que potencia leituras diversificadas da obra uma vez que o jogo abre (e fecha) novas perspetivas continuamente.



Ana Fabíola Maurício

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    António Palolo