Augusto Alves da Silva
Natural de Lisboa, Augusto Alves da Silva (1963) vive e trabalha em Tremês, Santarém. Sem concluir o curso de Engenharia Civil no Instituto Superior Técnico (1981-1984), prosseguiu os estudos em Londres, onde frequentou a London College of Printing (B.A. Hons. Photography, 1989) e a Slade School of Fine Art (M.F.A. Media, 1997), com duas bolsas da Fundação Calouste Gulbenkian. Afirmando o seu lugar no campo da fotografia desde final dos anos 90, foi nomeado para o Prémio União Latina, em 1996, e finalista do Prémio de Fotografia do Citibank Private Bank, em 1999. Integrou ainda a representação portuguesa na 9.ª Bienal de Arquitectura de Veneza, em 2004, e, em 2006, foi selecionado para o Prémio BES Photo.
Fotografo por excelência, o seu trabalho estende-se também ao vídeo. Autor de uma obra serial e sequencial, Augusto Alves da Silva trabalha no campo da figuração a cores, onde se reconhece desde cedo a marca da escola documental de Dusseldorf. Ao transpor o enfoque realista e sintético, o artista explora de forma conscienciosa a artificialidade da representação. Passando pelas temáticas maiores da paisagem e do retrato, é transversal na sua obra o olhar sobre a solidão, que ganha um lugar central na exposição individual Crystal Clear, realizada no MACE - Museu de Arte Contemporânea de Elvas, 2016-2017.
Expondo em reconhecidas instituições portuguesas e internacionais, Augusto Alves da Silva assinou, entre outras, as mostras individuais: ist, Culturgest, 1995; Quatro Pontos Cardeais, Fundação de Serralves, 1997; Una Ciudade Así and Carretera en Work, Museu Nacional de Reina Sofia, 1998; CNB 2001, Instituto Camões em Paris, 2001; Espaço de Tempo e Ugly, MNAC - Museu do Chiado, 2002; BES Photo 2006, CCB, 2007; e foi alvo da retrospetiva Sem Saída / Ensaio sobre o Optimismo, Museu de Serralves 2009-2010. Durante o seu percurso, integrou inúmeras exposições coletivas, no contexto nacional e internacional, das quais se destaca a exposição Artistas em Viagem na Coleção Moderna, exposta no CAM – Centro de Arte Moderna Gulbenkian, em 2020.
O seu trabalho foi publicado em vários livros de arte, onde se referem as séries iniciais e encontra-se representado em diversas coleções privadas e institucionais, destacando-se o acervo que o MACE preserva.
Rita Salgueiro