Artistas

Carlos Calvet

2014LisboaPortugal
Carlos Calvet (Lisboa, 1928 – Lisboa, 2014), figura notória no âmbito do surrealismo português, estudou arquitetura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e do Porto, na qual se licenciou em 1957. Porém, seria à pintura que se viria a dedicar mais aprofundadamente, demonstrando ainda um interesse pelo cinema e pela fotografia. Em 1947, expôs pela primeira vez na II Exposição Geral de Artes Plásticas na Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA). As obras que apresentou evidenciavam um carácter modernista, assim como um olhar ao Cubismo estético de Braque. Dedicou-se mais ativamente entre 1956 e 1975 à fotografia, apresentando pela primeira vez a sua produção na exposição de 1989, na Galeria Ether. Apesar de breve, a sua carreira fotográfica tornou-se numa referência. Em 1949, participa na exposição Os Surrealistas, no Salão Pathé Baby. A partir destes anos, tornar-se-ia próximo do movimento Surrealista, ao lado de Cruzeiro Seixas, Isabel Meyrelles e Mário Cesariny. No âmbito do cinema, participou em vários projetos, nomeadamente, na realização de uma curta-metragem com António Areal e Cesariny. Entre 1948 e 1950, viaja pela primeira vez a Paris, regressando confiante da sua aptidão como pintor. As alegorias do tempo começam a surgir na sua obra, sob a forma de relógios. Após um período abstrato lírico (1963-1964), ao qual se contrapôs um de maior geometrização dos objetos (1964-1965), afirma-se no núcleo artístico português, em 1966, através da fixação de uma linguagem, distintiva em toda a sua obra futura - uma estilização ao modo pop, conjugada com uma vertente onírica e metafisica, aproximada à de Giorgio de Chirico. Preocupou-se também com questões de geometria simbólica e numerologia, abordando-as na sua pintura e em textos como “Mitogeometria de Portugal e Outras Histórias” (2001). Expôs regularmente em Portugal, apresentando também a sua obra no estrangeiro (Tóquio, Paris, São Paulo, Roma, Chicago, entre outras cidades). Marcos na sua carreira incluem o “Prémio da Crítica” (Soquil, 1968), a menção honrosa na Exposição Mobil de Arte (SNBA, 1970) e o 1º prémio no Salão de Arte Moderna, em Luanda (1973). A sua pintura está presente em várias coleções institucionais e particulares. 
 
FMV, outubro 2020

Obras

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    Carlos Calvet