Eduardo Luiz Teles Fernandes Gomes (Braga, 1932 - Paris, 1988) recebe do seu pai, o escultor Joaquim Fernandes Gomes, os primeiros ensinamentos de desenho. Posteriormente, entre 1943 e 1946, frequenta a Escola de Artes Decorativas do Porto, seguindo-se o curso de Pintura da Escola de Belas Artes do Porto, o qual conclui em 1952. No ano seguinte, recebe o Prémio da Jovem Pintura na Galeria de Março, em Lisboa, sendo ainda um dos artistas escolhidos para representar Portugal na II Bienal de São Paulo. Paralelamente à atividade expositiva, que tinha iniciado em 1950, na antiga Galeria Portugália do Porto, interessa-se pela música e pela dança, produzindo vários cenários para teatros, particularmente para o Teatro Experimental do Porto. Nestes primeiros anos de carreira, destaca-se também a participação em exposições coletivas, tais como a 10ª Exposição Geral de Artes Plásticas (Sociedade Nacional de Belas Artes, 1956), 11 Pintores Portugueses em Madrid (Galeria Abril, Madrid, 1957) e a Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (1957). Em 1958, parte para Paris com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, onde mantém residência o resto da sua vida. Cinco anos após a chegada à capital francesa, realiza a sua primeira exposição individual na Galerie Mouffe e, no ano seguinte, as ilustrações para o filme “La Brûlure de Mille Soleils”, de Pierre Kast e Chris Marker, o qual foi premiado internacionalmente em diversas ocasiões. Teve ainda a oportunidade de expor em outras cidades, tais como Madrid, Barcelona, Roma, Washington, Macau e Bruxelas, encontrando-se a sua obra representada em vários museus e colecções, nacionais e internacionais, nomeadamente, no Museu de Arte Erótica de São Francisco e no Museu de Arte Moderna de Paris. Em 1990, a Fundação Calouste Gulbenkian organizou duas exposições antológicas da sua obra, uma em Lisboa e outra em Paris e, em 1993, foi-lhe concedida a Ordem da Cruz de Santiago da Espada.
FMV, outubro 2020
FMV, outubro 2020