Eduardo Nery (Figueira da Foz, 1938 – Lisboa, 2013) ingressou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, em 1956. Aqui frequentou o curso de Pintura e, posteriormente, de Arquitetura, o qual não completou. Em 1960, parte para França para realizar um estágio com Jean Lurçat, uma figura importante no contexto da tapeçaria contemporânea. A sua carreira desenvolveu-se numa prática multidisciplinar – pintura, azulejaria, vitral, fotografia, gravura, entre outras -, na qual combinou, de forma inovadora, os conhecimentos da arte têxtil obtidos em França, com uma gramática semelhante à da Op (Optical) Art, isto é, criadora de ilusionismos óticos. Para obter este efeito na sua pintura recorreu regularmente a dégradés. Ao longo dos anos 60, destacam-se as inúmeras intervenções urbanísticas e arquitetónicas que realizou por todo o país. As suas formas marcariam, desde então, presença no espaço e dia-a-dia das cidades portuguesas, numa autêntica e original democratização da sua arte em termos públicos. Destacam-se os painéis de azulejo do viaduto da Avenida Infante Santo, da estação de metro do Campo Grande, dos viadutos da segunda circular e da fachada da fábrica da Sociedade Central de Cervejas. Por volta da mesma época, começa a desenvolver pinturas-objetos ao colocar elementos tridimensionais nas suas telas. Em 1971, encontra-se entre os artistas convidados a realizar obras para o café A Brasileira e, em 1973, foi um dos sócios fundadores da Ar. Co – Centro de Arte e Comunicação de Lisboa. Realizou inúmeras exposições individuais em Portugal, destacando-se as apresentadas na Sociedade Nacional de Belas Artes (entre 1964 e 2003), no Museu Nacional de Arte Antiga (1976), na Galeria 111 (1970 e 1972) e na Galeria Bucholz (1969 e 1979), tendo também participado em diversas exposições coletivas. No estrangeiro, marcou presença em países como Espanha, França, Alemanha, Japão, Iraque, E.U.A., Suíça, Colômbia e China. A sua obra está presente em várias coleções públicas e privadas.
FMV, October
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