João Onofre

João Onofre nasceu em Lisboa (1976), cidade onde vive e trabalha.  Licenciado em Pintura pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa, a sua formação inclui ainda o MFA no Goldsmiths College, University of London e o Doutoramento em Arte Contemporânea no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra. Premiado pela primeira vez em 2000 com uma bolsa do Instituto de Arte Contemporânea, entre outras consagrações, foi três vezes bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian (2000, 2011, 2015), e artista residente no International Centre Convent de Recollets, Mairie de Paris, em 2003. Expondo regularmente desde final dos anos 90, João Onofre ganhou maior reconhecimento internacional após participar na Bienal de Veneza em 2001 (selecionado por Harald Szeemann) e em 2010.
A sua obra inscreve-se na área do vídeo, estendendo-se igualmente ao desenho, fotografia, performance e raros objetos. Fortemente marcado pela arte conceptual, Onofre explora referências que oscilam entre a cultura erudita e a cultura popular. Das suas obras iniciais, referem-se experiências performativas filmadas com câmara fixa: Untitled (We Will Never Be Boring), 1997; ou a importante trilogia no atelier do artista: Untitled (Vulture in the studio), 2002, Belive (Levitation in the studio), 2002 (obra da coleção MACAM), eCatriona Shaw Sings Baldessari Sings Le Witt Re-edit Like a Virgin Extender Version, 2003. Aproximando-se progressivamente de uma imagem mais cinematográfica, como em Untitled (N’en finit Plus), 2010-11 ou VOX, 2015, a insistência na repetição de uma ação ou a utilização do loop como mecanismo que ativa em círculo a mesma sequência, é um aspeto definidor no trabalho de Onofre. 
Das inúmeras exposições que realizou, destaque para as individuais com que se afirmou: João Onofre, I-20, Nova Iorque, 2001; João Onofre, P.S.1. / MoMA, Nova Iorque, 2002; Nothing Will Go Wrong, MNAC, Lisboa e CGAC, Santiago de Compostela, 2003. Recentemente apresentou a obra Tacet (2014), no Chiado 8 – Espaço Fidelidade e Arte, Lisboa; em Londres e Munique; Untitled (orchestral), no MAAT em Lisboa, 2017 e o seu trabalho foi alvo da importante retrospectiva Unce in a Life Time [Repeat], coordenada por Delfim Sardo na Culturgest, em 2019. A sua obra está representada em várias coleções, nacionais e internacionais. 
 
RS, setembro 2020