Artistas

José Malhoa

1855Caldas da RaínhaPortugal
1933Figueiró dos VinhosPortugal
José Malhoa (Caldas da Rainha, 1855 - Figueiró dos Vinhos, 1933) muda-se para Lisboa aos oito anos e inscreve-se na Real Academia de Belas-Artes, quatro anos depois, onde é aluno de M. A. Lupi, Vítor Bastos e Tomás de Anunciação. Termina o curso com mérito em 1975, ano em que, sem sucesso, se candidata pela segunda vez a uma bolsa do Estado para estudar em Paris. Desiludido com o resultado dos concursos, deixa de pintar temporariamente e começa a trabalhar como caixeiro na loja do seu irmão. Retoma a pintura em 1881, motivado pela crítica positiva ao quadro A Seara Invadida, então exposto em Madrid. Foi um dos fundadores do Grupo do Leão, cuja acção foi responsável pela introdução do movimento naturalista em Portugal. É uma figura activa no núcleo artístico português, expondo não só com o Grupo do Leão, entre 1881 e 1889, mas também na Sociedade Promotora de Belas Artes (1880, 1884 e 1887), no Grémio Artístico (1891-1899) e nos salões da Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA, 1901-1933), da qual foi o primeiro presidente, em 1901, voltando a ocupar este cargo em 1918. Internacionalmente, a sua obra alcançou grande visibilidade, destacando-se as participações regulares no Salon de Paris (1897-1912), na Exposição Universal de Paris (1900) e nas Exposições Internacionais de Berlim (1896), de Madrid (1901), do Rio de Janeiro (1908), de Barcelona (1910), de Buenos Aires (1910) e do Panamá-Pacífico (1915), nas quais foi galardoado. Dentro de um percurso naturalista, Malhoa tratou, sem qualquer preocupação ideológica, diversos géneros, tais como a paisagem e o retrato. Contudo, foi através do registo da essência e identidade do seu país - das tradições e hábitos das gentes, essencialmente do meio rural - que se notabilizou como um dos mais célebres pintores portugueses. Leva ainda a cabo encomendas de grandes composições históricas e decorativas, nomeadamente no Museu da Artilharia de Lisboa, no Palácio da Ajuda, na Escola Médica e na Câmara Municipal de Lisboa. Em 1928, a SNBA organiza uma grande retrospectiva da sua obra e é criado o Prémio José Malhoa. Cinco anos mais tarde, é homenageado com a criação do Museu José Malhoa, nas Caldas da Rainha. A sua obra encontra-se também no MNAC, Museu do Fado e outras coleções.
 
FMV, outubro 2020

Obras

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