Artistas

Lourdes Castro

1930FunchalPortugal
2022FunchalPortugal
Lourdes Castro, nasce no Funchal em 1930 e muda-se para Lisboa com vinte anos, frequentando o curso especial de pintura na Escola de Belas Artes, que conclui em 1956. É nesta escola que conhece o seu futuro marido, René Bertholo, com quem casa no ano seguinte. Em 1955, realizou a sua primeira exposição individual no Funchal. Em 1957, parte para Munique com o seu marido, Costa Pinheiro e outros artistas, sendo que o casal se estabelece em Paris, no final do mesmo ano. Na capital francesa, com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, inicia, juntamente com Bertholo, um novo projeto - a criação da revista KWY (1958-1963), impressa à mão, em serigrafia, em torno da qual se forma um grupo de artistas, que inclui Christo Javacheff, Costa Pinheiro, Gonçalo Duarte, Jan Voss, José Escada e João Vieira. Na década de 70, foi artista residente no Deutscher Akademischer Austauschdienst, em Berlim. Na sua obra, segue caminhos não convencionais, realizando, colagens e assemblages, nas quais explora objetos do quotidiano. Esta obra, de origem neo-dada, enquadra-se nas ideias do Nouveau Réalisme. Na mesma década, descobre a técnica da serigrafia, assim como o seu tema predileto, que marcaria a sua futura extensa pesquisa: a sombra. Assim, após estudar intensamente o tema através da imagética e literatura existentes, explora a projeção de sombras de figuras e objetos, fixando os seus contornos em diversos suportes, como lençóis de linho, plexiglas e papel. Produz ainda, na mesma época, uma série de espetáculos de Teatro de Sombras, os quais seriam apresentados em várias cidades da Europa e da América Latina. Através destes teatros, transportou a sua pesquisa para um contexto performativo. Após 25 anos a viver em Paris, decide regressar definitivamente à sua cidade natal e, em 1998, representa Portugal na Bienal de São Paulo, realizando para este efeito, com Francisco Tropa, uma obra intitulada Peça. Foi premiada em diversas ocasiões, destacando-se o Grande Prémio EDP (2000), os prémios CELPA / Vieira da Silva (2004) e AICA (2010). Da sua ampla atividade expositiva, a nível nacional e internacional. A sua obra teve ampla atividade expositiva, a nível nacional e internacional, e foi alvo de importantes retrospetivas: Além Sombra, organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian, em 1992; À Luz da Sombra, no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, em 2010; e a primeira grande retrospetiva em França” Ombres & Compagnie”, realizada pelo MRAC de Sérignan, em 2019. O Governo português atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Cultural em 2020. Faleceu em 2022, no Funchal. A sua obra encontra-se representada nas mais relevantes coleções nacionais e em diversas coleções internacionais.
 
FMV, setembro 2022

Obras

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  • Sombra projectada (filhos de Otero e Mercedes)
    Sombra projectada (filhos de Otero e Mercedes)

    Lourdes Castro