Joaquim Manuel Guerreiro Baptista (Faro, 1936 - Lisboa, 2023) parte para Lisboa, em 1957, onde se inscreve no curso de Arquitetura da Escola Superior de Belas Artes, do qual desiste mais tarde, para se focar inteiramente na pintura. No mesmo ano, realiza a sua primeira exposição individual no Círculo Cultural do Algarve, em Faro. Em 1962, terminado o Curso Complementar de Pintura na ESBAL, parte para Paris, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, onde permanece durante aproximadamente um ano, consolidando o seu caminho abstracionista. Com uma Bolsa do Instituto da Alta Cultura, teve ainda a oportunidade de viver em Ravena, em 1968. Entretanto, em 1964, teria já iniciado funções como Professor Assistente de Pintura na ESBAL, cargo que deteve até 1972. Em 1971, integra a equipa responsável pela redecoração do café A Brasileira, a convite da AICA. Participa ainda, três anos mais tarde, na realização da pintura comemorativa da Revolução de Abril, na Galeria de Arte Moderna, em Belém. Entre 1977 e 1980, viaja frequentemente a Lippstadte e a Schmallenberg (Alemanha), onde executa quatro tapeçarias para a Fábrica Folke. A sua carreira caracteriza-se pela ampla atividade expositiva, a nível nacional e internacional. Das diversas colectivas em que a sua obra figurou, destacam-se o Salão de Artistas Independentes (Sociedade Nacional de Belas Artes, 1959), Fifth International Hallmark Art Award (Nova Iorque, 1960), Exposição de Artes Plásticas (Fundação Calouste Gulbenkian, 1961 e 1986), VII Bienal de São Paulo (Brasil, 1973), Kompositionem im Halbrund: facherblatter aus vier Jahrhunderten (Zurique, 1984), 70-80 Arte Portuguesa(Brasil, 1987), 15 Anos, 15 Artistas (Instituto Português do Oriente, Macau, 2005) e Pós-Pop (FCG, 2018). Individualmente, sublinham-se as exposições na Galeria do Diário de Notícias (1963), na Galeria 111 (1965), na Galeria Quadrante (1967), no Museu de Arte de São Paulo (1981), no Kunstverein, em Kassel (1983), no Museu Vieira da Silva (2019/2020), entre muitas outras. Em 1996, a Casa da Cerca organizou uma mostra antológica da sua produção de desenho. Marcos da sua carreira incluem ainda o Prémio Soquil das Artes, que recebe em 1970, e o Prémio Arus da Pintura, em 1982. A sua obra encontra-se presente em coleções institucionais e particulares.
FMV, outubro 2020
FMV, outubro 2020