Artistas

Rogério Ribeiro

1930EstremozPortugal
2008LisboaPortugal
Rogério Ribeiro (Estremoz, 1930 - Lisboa, 2008), estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio, onde foi aluno de Abel Manta, e formou-se em Pintura na Escola Superior de Belas Artes, realizando a sua primeira exposição individual, em 1955, no espaço da Editora Guimarães. Apesar de abandonar cedo o Alentejo, local do seu nascimento, revisita-o constantemente na sua pintura, nos primeiros anos. Os temas constantes nesta fase inicial são também os pescadores e as colheitas do sargaço na Póvoa do Varzim, cidade onde cumpre o seu serviço militar entre 1951 e 1952. Desde cedo começa a participar em acções de protesto contra o regime vigente e nas tertúlias do Café Gelo e do Café Chiado, com ligações ao Neo-Realismo. Volta a expor individualmente na Galeria Gravura, em 1960, e na Galeria Divulgação, em 1968, participando nas Exposições Gerais de Artes Plásticas da Sociedade Nacional de Belas Artes (1954, 1955 e 1956). Paralelamente, desenvolve atividade como professor de Pintura na Escola Artística António Arroio, em 1960, regressando ao ensino nos anos 70, como assistente de Pintura na Escola de Belas Artes de Lisboa. Dedica-se ainda à gravura, sendo sócio-fundador da Sociedade Cooperativa de Gravadores, e realiza diversas ilustrações para publicações e romances. Nas exposições que realiza no início da década de 1970, apresenta obras representativas da sua breve passagem pelo abstracionismo, denunciando, porém, o futuro retorno ao figurativo. São ainda evidentes as preocupações face à conjuntura política vigente do pré 25 de Abril de 1974 traduzidas na sua obra, à semelhança do que faziam outros artistas da época. Conduz, ao longo da sua carreira, experiências no domínio do design gráfico, de objectos e de interiores, tendo integrado a equipa do Serviço de Projetos e Obras para preparação e construção do Museu da Fundação Calouste Gulbenkian, em 1964. Em 1991, uma viagem a Cabo Verde seria responsável pelo reencontro da cor e do movimento na sua obra. Ao longo desta década, desenvolve um extenso trabalho no âmbito da azulejaria, realizando diversas encomendas públicas em Portugal (Estação dos Caminhos de Ferro de Sete Rios, Lisboa, 1999) e no estrangeiro (Azulejosparausuqui, Japão, 1999). Rogério Ribeiro, protagonista do Neo-Realismo em Portugal, recebeu a Medalha de Ouro da Cidade de Estremoz, em 2006, estando representado em inúmeras coleções e museus nacionais. Esteve envolvido no projecto de criação de vários espaços artísticos: a Galeria de Desenho do Museu Municipal de Estremoz (1983); a Casa Museu Manuel Ribeiro de Pavia, em Mora (1986), o Museu do Neo-Realismo em Vila Franca de Xira (1987) e a Galeria Municipal de Arte de Almada, que dirigiu (1988). Em 1993, assumiu o projecto da Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea.
 
FMV, setembro 2020

Obras

(1)

A carregar

  • Sem título
    Sem título

    Rogério Ribeiro