Obras
A Mulher e os Galgos
painting


Data
c. 1926
Técnica
Óleo sobre tela
Dimensões
100,5 x 200,5 cm
Pintura realizada para decorar o Bristol, um dos clubes de diversão noturna mais modernos de Lisboa, situado na Rua das portas de Santo Antão e fundado em 1918 por Mário Ribeiro. Juntamente com o café A Brasileira do Chiado, estes dois estabelecimentos comerciais constituíam as salas de exposição alternativas aos aparelhos expositivos do Estado, como o Museu Nacional de Arte Contemporânea, onde não se mostravam autores modernistas como Almada Negreiros, Eduardo Viana, Diogo Macedo, Canto da Maia, António Soares ou Lino António.
A remodelação entre 1925 e 1926, a cargo do arquitecto Carlos Ramos, actualiza a decoração do clube e inclui a obra Mulher e os Galgos, que acompanha outras duas pinturas do mesmo autor: uma natureza morta e uma cena de interior com uma mulher a beber o que parece ser um disgestivo. Para dar oportunidade a quem não pudesse ver o interior do Bristol, esta pintura foi exposta juntamente com mais 13 obras desse clube, na Sociedade Nacional de Belas Artes, no II Salão de Outono (Novembro de 1926), organizado por José Pacheko, director da revista Contemporânea.
Pesando a carreira de Lino António e as variadas encomendas para espaços públicos, este trabalho é incontornável na produção inicial deste pintor e professor, confirmando a sua capacidade de adaptação camaleónica ao espaço em causa, onde explana as referências da emergente Arte Déco - estilo eclético, decorativo e mundano, que se tornou global após o trauma da 1ª Guerra Mundial. Esta mulher forte, alegre e sensual, de corpo e volumes escultóricos, ocupa com os dois galgos delgados e ondulantes uma composição de dimensões consideráveis, onde o contraste cromático entre ambos é evidente, assegurando um interessante jogo plástico entre paletas.
A acompanhar outros nús na decoração do Bristol, estas obras invocam uma atmosfera de lúxuria, intimidade, e temporária liberdade feminina que se construía gradualmente na sociedade portuguesa, onde as mulheres passaram a poder sair à noite, fumar, dançar e beber.
RD
A remodelação entre 1925 e 1926, a cargo do arquitecto Carlos Ramos, actualiza a decoração do clube e inclui a obra Mulher e os Galgos, que acompanha outras duas pinturas do mesmo autor: uma natureza morta e uma cena de interior com uma mulher a beber o que parece ser um disgestivo. Para dar oportunidade a quem não pudesse ver o interior do Bristol, esta pintura foi exposta juntamente com mais 13 obras desse clube, na Sociedade Nacional de Belas Artes, no II Salão de Outono (Novembro de 1926), organizado por José Pacheko, director da revista Contemporânea.
Pesando a carreira de Lino António e as variadas encomendas para espaços públicos, este trabalho é incontornável na produção inicial deste pintor e professor, confirmando a sua capacidade de adaptação camaleónica ao espaço em causa, onde explana as referências da emergente Arte Déco - estilo eclético, decorativo e mundano, que se tornou global após o trauma da 1ª Guerra Mundial. Esta mulher forte, alegre e sensual, de corpo e volumes escultóricos, ocupa com os dois galgos delgados e ondulantes uma composição de dimensões consideráveis, onde o contraste cromático entre ambos é evidente, assegurando um interessante jogo plástico entre paletas.
A acompanhar outros nús na decoração do Bristol, estas obras invocam uma atmosfera de lúxuria, intimidade, e temporária liberdade feminina que se construía gradualmente na sociedade portuguesa, onde as mulheres passaram a poder sair à noite, fumar, dançar e beber.
RD