Lino António da Conceição (Leiria, 1898 – Lisboa, 1974), pintor representativo da segunda geração modernista em Portugal, realizou, em Leiria, o curso dos Liceus e o curso de Desenho Ornamental da Escola Industrial de Domingos Sequeira. Em Lisboa, frequentou a Escola de Belas Artes, matriculando-se, em 1915, na do Porto, onde foi discípulo de João Marques de Oliveira. Em 1918, na sua primeira exposição individual em Leiria, destacou-se a técnica modernista patente na sua obra. Ainda em Leiria, na cidade do Lis, integrou uma tertúlia, da qual faziam parte o seu antigo mestre Narciso Costa, Luís Fernandes e Américo Durão, representados no autorretrato coletivo “Nós” (1923). No ano seguinte, realiza aquela que considerava ser a sua primeira exposição – 1ª Exposição Lino António Pintura e Desenho – na Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA), abordando temáticas que predominariam na sua obra - paisagens e pessoas típicas do Litoral e a vida urbana. Em 1925 e 1926, participou, respetivamente, no I e II Salão de Outono da SNBA. Nos mesmos anos, o Bristol Club foi renovado e algumas obras suas foram escolhidas para a decoração. Participou ainda no I e II Salão dos Independentes da SNBA (1930 e 1931) e, em 1935, na I Exposição de Arte Moderna e na Exposição do Ano X da Revolução Nacional. Internacionalmente, expôs na Exposição Ibero-Americana em Sevilha (1929) e na Exposição Colonial de Paris (1931), nas quais foi distinguido com medalhas de honra. Nos anos 30, inicia a concretização de diversas encomendas públicas, tais como os frescos do arco triunfal e da varanda do coro da igreja de Fátima, os painéis para a sala do Presidente da Assembleia Nacional e a tapeçaria Olisipo para o Hotel Ritz. Em 1940, desempenha o cargo de pintor-decorador na Exposição do Mundo Português e na I Exposição de Montras. Importa destacar também o valor da sua ação educacional. Ensinou Desenho Geral na Escola Industrial e Comercial da Marinha Grande e Desenho Mecânico, na Escola Industrial de Machado de Castro. Em 1940, ingressa na Escola de Artes Decorativas de António Arroio, tornando-se eventualmente diretor, até 1968.
FMV, maio 2020
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