Audience 4 (Galleria dell' Academia – Florence) [Público 4 (Galleria dell' Accademia - Florença)]
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![Audience 4 (Galleria dell' Academia – Florence) [Público 4 (Galleria dell' Accademia - Florença)]](https://cms.macam.pt/storage/uploads/thumbs/inarte-work-3039_w840.jpg)
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2004
Impressão cromogénea
179,5 x 335,8 cm
Thomas Struth, discípulo de Gerhard Richter e Bernd e Hilla Becher, é um dos fotógrafos contemporâneos mais consagrados, conhecido por explorar as relações entre o espectador, a obra de arte e o espaço museológico. Desde o início da sua carreira, investiga a experiência visual, analisando tanto as obras de arte quanto a interação humana com a criação artística.
Após o retrato psicológico Giles Robertson, Edinburgh (1987), em que Struth opta por mostrar o ambiente da pessoa retratada, ele desenvolveu, entre 1989 e 1990, a série Fotografias de Museus. Este conjunto de grandes impressões a cores mostra indivíduos e multidões anónimas a observar obras icónicas da arte ocidental nos museus mais visitados do mundo.
A série Audiências (2004-2005), que inclui a obra Audience 4 (Galleria dell'Accademia – Florence), 2004, é exemplo dessa interação entre o público e a arte. A convite da diretora da Galleria dell’Accademia, em Florença, Struth participou nas celebrações dos 500 anos de David, de Michelangelo. Durante uma semana, utilizou uma câmera de grande formato (8x10), colocada por baixo da escultura, para capturar imagens de visitantes em frente à escultura de David. O recurso a iluminação artificial e a manipulação da luz permitiu destacar os espectadores, diluindo a presença das obras ao fundo. Este contraste criou um espaço de reflexão sobre o papel do espectador na interpretação artística, deslocando o foco da obra para a sua vivência no contexto museológico. Das 16 fotografias produzidas, 3 foram expostas junto a David e a totalidade na Galeria Marian Goodman, em Nova Iorque, nesse mesmo ano.
Ao fotografar os visitantes a partir da perspetiva da própria obra, Struth documenta e questiona como as pessoas experienciam e se relacionam com a obra de arte. O seu trabalho reflete a relação entre passado e presente, explorando a tensão entre o histórico e o contemporâneo na experiência individual e coletiva do espectador.
Adelaide Ginga