Obras
Camponesa Bretã
painting


Data
s.d.
Técnica
Óleo sobre tela
Dimensões
116,5 x 81,5 cm
Nascido nos Açores, Sousa Pinto acabará por passar mais de metade da sua vida em França. Os seus estudos em Paris, para onde parte como bolseiro após o curso na Academia de Belas Artes do Porto, marcam uma estética devedora do realismo de mestres como Millet e Courbet, mas em que o tratamento da luz evoca também o conhecimento de abordagens pictóricas impressionistas. As suas obras da Bretanha, região que o fascina e onde residirá até ao fim da vida, evocam de modo expressivo essas influências, na atenção dada aos temas rurais, como é o caso desta Camponesa bretã.
A definição da camponesa, num evidente naturalismo, contrasta com a difusa e expressiva representação do campo em que se encontra, quase transformando o fundo, em particular nos planos mais distantes, em pretexto pictórico em que a luz é a grande protagonista, modelando o espaço. O vibrante uso da cor reforça essa sensação de grande eloquência dos valores lumínicos, atravessando o frio húmido do ar.
Também a atenção ao pormenor das flores, como ponto de luz, é um detalhe que emula a atenção à representação de natureza da pintura tradicional da Europa Central, mas modernizando-a, numa pincelada sintética que sugere mais do que imita. O branco e o amarelo das flores sobre o verde intenso ou o castanho quente dos ramos confere um contraste de grande impacto.
Momento de pausa num dia de trabalho, a introspeção desta figura cuja expressão não nos é revelada por inteiro, mantém, nesse resguardo, um intimismo que conduz o observador para o silêncio, propiciando a contemplação e um sentido de proximidade ao tema.
EF
A definição da camponesa, num evidente naturalismo, contrasta com a difusa e expressiva representação do campo em que se encontra, quase transformando o fundo, em particular nos planos mais distantes, em pretexto pictórico em que a luz é a grande protagonista, modelando o espaço. O vibrante uso da cor reforça essa sensação de grande eloquência dos valores lumínicos, atravessando o frio húmido do ar.
Também a atenção ao pormenor das flores, como ponto de luz, é um detalhe que emula a atenção à representação de natureza da pintura tradicional da Europa Central, mas modernizando-a, numa pincelada sintética que sugere mais do que imita. O branco e o amarelo das flores sobre o verde intenso ou o castanho quente dos ramos confere um contraste de grande impacto.
Momento de pausa num dia de trabalho, a introspeção desta figura cuja expressão não nos é revelada por inteiro, mantém, nesse resguardo, um intimismo que conduz o observador para o silêncio, propiciando a contemplação e um sentido de proximidade ao tema.
EF