José Júlio de Sousa Pinto (Açores, 1856 – França, 1939), um dos mais destacados pintores paisagistas da primeira geração do Naturalismo português, frequentou o curso de Pintura da Academia de Belas-Artes do Porto, entre 1870 e 1878, onde foi aprendiz de João António Correia, Soares dos Reis e Tadeu de Almeida Furtado. Ao terminar o curso com mérito, partiu para Paris com uma bolsa do Estado, em 1880, juntamente com Henrique Pousão. Aqui, foi presença assídua nos salons e frequentou as aulas dos mestres Cabanel, Yvon e Bouguereau, na École des Beaux-Arts. Grande parte da sua vida passou-a em França, detendo uma especial afeição pela região da Bretanha, como evidenciam as numerosas paisagens e cenas de costume que desta zona retrata. Estas obras refletem não só princípios naturalistas, mas também alguns traços modernos, que surgiam a par de um contacto com a pintura pós-impressionista francesa, e que se traduziam fortemente na sua produção a pastel. Embora associada, a sua pintura não se limita à expressão e aos modelos franceses, demonstrando a sua tremenda sensibilidade naturalista também nas paisagens e cenas do seu Portugal. Aclamado em vida, destaca-se a fecunda atividade expositiva e os diversos prémios que alcançou. No contexto internacional, salientam-se as participações na exposição da Real Academia de Londres, em 1882; na Exposição Internacional de Nice (medalha de ouro), em 1884; e em diversas no Rio de Janeiro, em 1884, 1895, 1908 e 1912. Em Portugal, figura nas Exposições do Grupo de Leão, de 1885, 1887 e 1888; nas 12ª e 14ª Exposições da Sociedade Portuguesa de Belas Artes, em 1880 (primeiro prémio) e 1887; na Exposição Extraordinária Comemorativa do 4º Centenário do Descobrimento do Caminho Maritímo para a Índia (medalha de honra), em 1898; em diversas da Sociedade Nacional de Belas Artes, onde expõe ainda individualmente, em 1916; e na 1ª Exposição de Arte Retrospectiva (1880 a 1933), em 1937.
FMV, outubro 2020
FMV, outubro 2020
