Obras
Casa Luis Barragan 3
painting


Data
2010
Técnica
Óleo sobre madeira
Dimensões
33,5 x 53,5 cm
O artista venezuelano a viver em Lisboa Juan Araujo explora a interação entre pintura e História da Arte através do universo das edições impressas de livros de arte, catálogos e reprodução de arte, que se situa no cerne de ambas as práticas. Araujo usa livros ilustrados como tema das suas pinturas, especialmente livros relacionados com o Modernismo latino-americano na arquitetura e design.
Num estilo hiper-realista, o artista não só reproduz com precisão as fotografias encontradas nos livros, como também retrata a sua presença e materialidade como objetos físicos. Ao fazê-lo, ele desloca o enquadramento habitual da imagem e, em vez de limitar a representação à reprodução escolhida, inclui as suas margens exteriores dentro do enquadramento, ou seja, o ambiente do livro com as suas páginas, encadernação, texto impresso, capa e suporte. A arte de imagens dentro das imagens, incluindo elementos a priori não pictóricos dentro do espaço pictórico, impede o possível "efeito janela" de imersão noutra realidade. Ao restaurar a bi-dimensionalidade da tela, o processo acrescenta um "efeito de página" adicional e surpreendente.
Numa grande parte da sua pequena superfície, a pintura oferece uma vista sobre o interior da casa do arquiteto mexicano Luis Barragán, na Cidade do México (1948). A representação hábil da sala de estar do arquiteto, com os seus materiais nobres, mobiliário e grande janela sobre um magnífico jardim cativa o olhar. O espaço é dotado de beleza, simplicidade, harmonia, serenidade e uma brilhante luz natural, características constantes das impressionantes criações de Barragán. Também se pode notar a pintura dentro da pintura com a presença de uma das várias Homage to the square, produzida na década de 1950 por Josef Albers.
O trabalho de Araujo estimula uma reflexão sobre as dinâmicas de transmissão no âmbito das práticas artísticas. Com a sua vasta gama de referências e citações visuais, desde a arquitetura, design e pintura até à edição de fotografias e livros, revela a história visual e cultural, complexa e estratificada, de que são feitas as obras de arte.
KS
Num estilo hiper-realista, o artista não só reproduz com precisão as fotografias encontradas nos livros, como também retrata a sua presença e materialidade como objetos físicos. Ao fazê-lo, ele desloca o enquadramento habitual da imagem e, em vez de limitar a representação à reprodução escolhida, inclui as suas margens exteriores dentro do enquadramento, ou seja, o ambiente do livro com as suas páginas, encadernação, texto impresso, capa e suporte. A arte de imagens dentro das imagens, incluindo elementos a priori não pictóricos dentro do espaço pictórico, impede o possível "efeito janela" de imersão noutra realidade. Ao restaurar a bi-dimensionalidade da tela, o processo acrescenta um "efeito de página" adicional e surpreendente.
Numa grande parte da sua pequena superfície, a pintura oferece uma vista sobre o interior da casa do arquiteto mexicano Luis Barragán, na Cidade do México (1948). A representação hábil da sala de estar do arquiteto, com os seus materiais nobres, mobiliário e grande janela sobre um magnífico jardim cativa o olhar. O espaço é dotado de beleza, simplicidade, harmonia, serenidade e uma brilhante luz natural, características constantes das impressionantes criações de Barragán. Também se pode notar a pintura dentro da pintura com a presença de uma das várias Homage to the square, produzida na década de 1950 por Josef Albers.
O trabalho de Araujo estimula uma reflexão sobre as dinâmicas de transmissão no âmbito das práticas artísticas. Com a sua vasta gama de referências e citações visuais, desde a arquitetura, design e pintura até à edição de fotografias e livros, revela a história visual e cultural, complexa e estratificada, de que são feitas as obras de arte.
KS