Obras
Chicago Union Station, Chicago, Illinois [Estação Chicago Union, Chicago, Illinois]
photography
![Chicago Union Station, Chicago, Illinois [Estação Chicago Union, Chicago, Illinois]](https://cms.macam.pt/storage/uploads/thumbs/inarte-work-3100_w840.jpg)
![Chicago Union Station, Chicago, Illinois [Estação Chicago Union, Chicago, Illinois]](https://cms.macam.pt/storage/uploads/thumbs/inarte-work-3100_w840.jpg)
Data
2008
Técnica
Impressão a jato de tinta sobre papel Fine Art
Dimensões
126 x 160 cm
Chicago Union Station faz parte da série fotográfica de André Cepeda intitulada River [Rio], produzida em 2008 enquanto viajava através dos Estados Unidos ao longo do Rio Mississipi. Durante 28 dias, o artista andou de motel em motel, deslocando-se de carro, autocarro ou comboio, à descoberta da paisagem, cultura e povo americanos.
O cenário é a estação de comboios de Chicago, um edifício icónico de 1925. A imagem, tirada numa extremidade do grande hall da estação, revela uma borda da bandeira americana que está pendurada do alto, no interior da maciça arquitetura neoclássica do século XX. Por entre as colunas caneladas, sob uma balaustrada, está um objeto vertical não identificado, iluminado a néon. Face ao néon, uma mulher com véu está sentada num banco, olhando presumivelmente a peça luminosa. A luz geral artificial do espaço é relativamente sombria, com tons escuros amarelos e alaranjados, dando ao conjunto um caracter desolado, inquietante e quase fantasmagórico.
Cepeda trabalha a vida do dia-a-dia, captando as manifestações e fenómenos visuais à sua volta, produzindo paisagens austeras e cruas, cenas de interior ou retratos desprovidos de qualquer processo de embelezamento ou moralização. Pelo seu modo de partilhar circunstâncias específicas, lugares, atmosferas, encontros e pormenores sem significado que tornam inegável a corporização do olhar, as séries de Cepeda oferecem experiências imersivas aos seus espectadores. Focando-se na espacialidade, luz e enquadramento, e simultaneamente transmitindo sensações de vazio, silêncio, alienação e solidão, o artista funde o seu próprio modo de viver, ver, sentir e meditar com as suas deambulações fotográficas.
O artista não oferece nenhuma narrativa aos seus espectadores. Não pretende contar histórias ou induzir respostas emocionais precisas. Em vez disso, as imagens que produz vêm da sua competência de observador acutilante, explorando constantemente a tensão entre transitividade e a hipotética permanência de estratos socioculturais institucionalizados, com a sua crua exclusão e mecanismos de marginalização, enquanto transforma as irrelevâncias do instante em mistérios plenos.
KS
O cenário é a estação de comboios de Chicago, um edifício icónico de 1925. A imagem, tirada numa extremidade do grande hall da estação, revela uma borda da bandeira americana que está pendurada do alto, no interior da maciça arquitetura neoclássica do século XX. Por entre as colunas caneladas, sob uma balaustrada, está um objeto vertical não identificado, iluminado a néon. Face ao néon, uma mulher com véu está sentada num banco, olhando presumivelmente a peça luminosa. A luz geral artificial do espaço é relativamente sombria, com tons escuros amarelos e alaranjados, dando ao conjunto um caracter desolado, inquietante e quase fantasmagórico.
Cepeda trabalha a vida do dia-a-dia, captando as manifestações e fenómenos visuais à sua volta, produzindo paisagens austeras e cruas, cenas de interior ou retratos desprovidos de qualquer processo de embelezamento ou moralização. Pelo seu modo de partilhar circunstâncias específicas, lugares, atmosferas, encontros e pormenores sem significado que tornam inegável a corporização do olhar, as séries de Cepeda oferecem experiências imersivas aos seus espectadores. Focando-se na espacialidade, luz e enquadramento, e simultaneamente transmitindo sensações de vazio, silêncio, alienação e solidão, o artista funde o seu próprio modo de viver, ver, sentir e meditar com as suas deambulações fotográficas.
O artista não oferece nenhuma narrativa aos seus espectadores. Não pretende contar histórias ou induzir respostas emocionais precisas. Em vez disso, as imagens que produz vêm da sua competência de observador acutilante, explorando constantemente a tensão entre transitividade e a hipotética permanência de estratos socioculturais institucionalizados, com a sua crua exclusão e mecanismos de marginalização, enquanto transforma as irrelevâncias do instante em mistérios plenos.
KS