Obras

Il futuro non è ciò che era [O futuro não é o que era]

installation
Il futuro non è ciò che era [O futuro não é o que era]
Il futuro non è ciò che era [O futuro não é o que era]
Cortesia do artista e Galeria Jose De la Fuente
Data

2017

Técnica

Óleo sobre tela (37x), cerâmica e madeira pintada

Dimensões

Dimensões variáveis

Nacho Martin Silva investiga modalidades de representação, explorando formas de ver através de métodos de pintura e de exposição. Repleta de referências visuais da história de arte, desde a pintura, escultura, fotografia e cinema, até às imagens retiradas de revistas, jornais e livros, a sua obra entretece dimensões técnicas, culturais e conceptuais.

Focando-se nas dinâmicas de organização composicional, Martín Silva desenvolveu uma abordagem específica que consiste na construção de imagens por meio de montagem, sequência, associação e confrontação, enquanto simultaneamente utiliza processos de decomposição, desconstrução, fragmentação ou sincopação. Assim, o artista produz imagens e instalações paradoxais em que os elementos reunidos contrastantes estão num estado de constante tensão. Em - Il futuro non è ciò che era
, o artista justapõe três modos de representação de um tema específico, o de uma figura feminina em pé. A instalação combina uma pequena escultura de cerâmica e um conjunto de 37 pequenas pinturas a óleo sobre linho. De entre essas pinturas, uma emerge das outras e dá ao espetador uma imagem completa e unificada da mulher, enquanto que ela aparece como parcialmente desmantelada através da pouco convencional montagem das restantes 36 pinturas, em que a escala de representação foi ampliada. Tal como peças de um- puzzle
fora do seu lugar próprio, algumas das pinturas que compõem a figura foram deslocadas. Enquanto que o objeto tridimensional e a pintura autónoma estão colocados num pedestal saliente na parede, a composição muito maior desenvolve-se nas duas paredes perpendiculares. Duplicando a superfície expositiva, expande-se em planos horizontais e verticais, quebrando desta forma a representação e os usuais limites da moldura.

Evocando a tradição da pintura holandesa do século dezassete e as cenas típicas da vida da classe média, o artista realça conceitos estéticos como os de unidade e disrupção, do ser único e da réplica, da repetição e diferença, da similitude e heterogeneidade.



Katherine Sirois