Obras
Sem título (9)
painting


Data
1990
Técnica
Acrílico sobre tela
Dimensões
120 x 99,5 cm
Apresentada na Galeria Pedro Oliveira em 1990, ano em que o artista faleceu, Sem Título (9), é uma das últimas pinturas em acrílico do artista eborense Joaquim Bravo, que integrou ainda a importante retrospectiva que o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian lhe dedicou em 2000.
O jogo entre a gestualidade da escrita e o rigor da geometria, tema recorrente na obra de Bravo, resolve-se de forma complementar nesta pintura. Conhecido pelos estudos que realizava em resmas de papel manteiga - suporte privilegiado para as inúmeras variações que desenvolvia - também aqui o artista recorreu a esse exercício de pesquisa. Apresentados na exposição de 2000, quatro desenhos preparatórios dão pistas sobre esta obra e revelam o seu interesse pela ideia de intercessão de planos e delimitação de campos através da cor e da linha.
Na composição final, Bravo trabalha com formas triangulares e circulares esboçando de forma livre um triangulo retângulo, repetindo quatro vezes em movimento gestual as linhas do seu contorno. Pintadas a acrílico, estas linhas pretas aproximam-se do tipo de traço que associamos ao desenho. A esta forma que domina a composição, o artista associa três semi-elipses irregulares, preenchidas por cores planas: amarelo, azul escuro e turquesa. Contrastando com o fundo claro, estas formas assumem uma qualidade gráfica, marcada pelo ritmo e pela simetria. Ironicamente, esta pintura não representativa, situa-se entre a abstracção geométrica e a alusão paisagista. A paródia figurativa, assenta na leitura de três planos, reforçada pelas cores que insinuam a transição de sol entre o céu e o mar. Reflectindo sobre estas questões, Joaquim Bravo escreve em 1990, Afirmar a ausência de significado e a necessidade de significado, é aqui que reside o significado do trabalho.
RS
O jogo entre a gestualidade da escrita e o rigor da geometria, tema recorrente na obra de Bravo, resolve-se de forma complementar nesta pintura. Conhecido pelos estudos que realizava em resmas de papel manteiga - suporte privilegiado para as inúmeras variações que desenvolvia - também aqui o artista recorreu a esse exercício de pesquisa. Apresentados na exposição de 2000, quatro desenhos preparatórios dão pistas sobre esta obra e revelam o seu interesse pela ideia de intercessão de planos e delimitação de campos através da cor e da linha.
Na composição final, Bravo trabalha com formas triangulares e circulares esboçando de forma livre um triangulo retângulo, repetindo quatro vezes em movimento gestual as linhas do seu contorno. Pintadas a acrílico, estas linhas pretas aproximam-se do tipo de traço que associamos ao desenho. A esta forma que domina a composição, o artista associa três semi-elipses irregulares, preenchidas por cores planas: amarelo, azul escuro e turquesa. Contrastando com o fundo claro, estas formas assumem uma qualidade gráfica, marcada pelo ritmo e pela simetria. Ironicamente, esta pintura não representativa, situa-se entre a abstracção geométrica e a alusão paisagista. A paródia figurativa, assenta na leitura de três planos, reforçada pelas cores que insinuam a transição de sol entre o céu e o mar. Reflectindo sobre estas questões, Joaquim Bravo escreve em 1990, Afirmar a ausência de significado e a necessidade de significado, é aqui que reside o significado do trabalho.
RS