Oriundo de Évora, Joaquim Bravo nasceu em 1935 e faleceu em Lisboa em 1990. Frequentou o Liceu Garcia de Resende, local onde foi aluno do escritor Vigílio Ferreira e onde conheceu Álvaro Lapa. Companheiros de geração, juntos partem para a capital e iniciam o Curso de Filologia Germânica na Faculdade de Letras de Lisboa, 1957. Nesse período convive com José Carlos Gonzalez, João Vieira e Herberto Hélder no famoso à época Café Gelo. Sem concluir o curso, Bravo é chamado a cumprir o serviço militar obrigatório.
Estabelecido entre Lisboa e Évora, começa a pintar com regularidade a partir de 1962, seguindo uma linha gestual que se aproxima do Expressionismo Abstracto americano. Ao manifesto gosto pela pintura de Jackson Pollock ou Robert Motherwell, Bravo junta a obra de Paul Klee e dos surrealistas. A sua formação autodidata, característica que o aproxima de António Areal e Álvaro Lapa, é completada pela forte cultura literária inglesa, americana e germânica. Partilhou ainda com Lapa e os seus conterrâneos mais jovens Palolo e José Carvalho, a influência do artista eborense António Charrua. Entre 1964-66 reside na Alemanha, visita a 3.ª Documenta de Kassel, interessa-se pela escrita visual de Henri Michaux e pela abstração geométrica de Ellsworth Kell e Frank Stella.
Insatisfeito com a Action Painting, Bravo explora a colagem, aproximando-se de técnicas neodadaístas (THE HUNTING OF THE SNARK, 1963), a escultura (Bota Romana, 1969), e prossegue experiências entre a pintura e o desenho. Partindo de um léxico reduzido - linha, plano e cor - Bravo trabalha signos como a grelha e a quadrícula, planificando formas em diagramas. Nestes exercícios de síntese, que se multiplicam em variações, o artista revela a tensão entre o gesto e a geometria.
Joaquim Bravo realiza a primeira exposição individual em 1964, na futura Galeria 111, e participa em coletivas históricas como a mostra Novas Iconologias, organizada pelo crítico Rui Mário Gonçalves na Livraria Buchholz, 1967, ou Abstracção Hoje SNBA, 1975. O artista alcançou maior visibilidade crítica nos anos 80, período em que recebeu vários prémios. A sua obra foi alvo de uma retrospectiva póstuma no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em 2000.
RS, setembro 2020
Estabelecido entre Lisboa e Évora, começa a pintar com regularidade a partir de 1962, seguindo uma linha gestual que se aproxima do Expressionismo Abstracto americano. Ao manifesto gosto pela pintura de Jackson Pollock ou Robert Motherwell, Bravo junta a obra de Paul Klee e dos surrealistas. A sua formação autodidata, característica que o aproxima de António Areal e Álvaro Lapa, é completada pela forte cultura literária inglesa, americana e germânica. Partilhou ainda com Lapa e os seus conterrâneos mais jovens Palolo e José Carvalho, a influência do artista eborense António Charrua. Entre 1964-66 reside na Alemanha, visita a 3.ª Documenta de Kassel, interessa-se pela escrita visual de Henri Michaux e pela abstração geométrica de Ellsworth Kell e Frank Stella.
Insatisfeito com a Action Painting, Bravo explora a colagem, aproximando-se de técnicas neodadaístas (THE HUNTING OF THE SNARK, 1963), a escultura (Bota Romana, 1969), e prossegue experiências entre a pintura e o desenho. Partindo de um léxico reduzido - linha, plano e cor - Bravo trabalha signos como a grelha e a quadrícula, planificando formas em diagramas. Nestes exercícios de síntese, que se multiplicam em variações, o artista revela a tensão entre o gesto e a geometria.
Joaquim Bravo realiza a primeira exposição individual em 1964, na futura Galeria 111, e participa em coletivas históricas como a mostra Novas Iconologias, organizada pelo crítico Rui Mário Gonçalves na Livraria Buchholz, 1967, ou Abstracção Hoje SNBA, 1975. O artista alcançou maior visibilidade crítica nos anos 80, período em que recebeu vários prémios. A sua obra foi alvo de uma retrospectiva póstuma no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em 2000.
RS, setembro 2020