Obras

Still Life [Natureza Morta]

installation
Still Life [Natureza Morta]
Still Life [Natureza Morta]
© MACAM/Vasco Stocker Vilhena
Data

2016

Técnica

Madeira de tília, vidro, metal e tecido

Dimensões

155 x 160 x 70 cm

A obra da artista alemã Paloma Varga Weisz (Düsseldorf, 1966) está intimamente ligada ao meio da escultura. Formada em escultura em madeira tradicional, antes dos seus estudos na Kunstakademie de Düsseldorf, a madeira, e a madeira tília em particular, constituíam os principais materiais utilizados nas suas esculturas. Inspiradas no folclore alemão, na iconografia cristã, na mitologia, nas referências da história da arte e na sua memória pessoal, as obras de Varga Wiesz ecoam, frequentemente, a natureza misteriosa de um sonho, onde a realidade e a ficção se entrelaçam, dando forma a um mundo próprio. Composta por duas mesas de vidro niveladas, uma em cima da outra, na inferior encontramos a figura de um rapaz "adormecido". Esculpida em madeira, e apresentando traços do rosto da própria artista, elemento recorrente e característico de muitas das suas esculturas de género ambíguo, a figura é, de facto, inspirada na observação do seu filho adormecido. Em cima da segunda mesa, acima do corpo adormecido, apresenta-se uma série de recipientes de vidro e outros instrumentos usados em experiências químicas. A natureza clínica do ambiente reforça a sensação de estranheza na escultura.

A superfície quente da madeira encontra aqui a sua ressonância com o corpo humano, que ocupa uma posição central na prática da artista. Apesar das suas semelhanças formais com o corpo morto de Cristo, - Natureza Morta
remete-nos para a infância da artista, cujas memórias de se esconder debaixo de uma mesa de vidro, enquanto observava a sua mãe - que se dedicava à produção de vinho e à alquimia - testando amostras de vinho, se tornaram um ponto de partida para a peça. A sobreposição de narrativas e referências resulta aqui numa tensão única entre a quietude do que está a ser representado e a tensão inquietante que a sua leitura gera. Uma leitura que é, na realidade, muito mais pessoal e que pode, também, ser entendida como ato metafórico de libertação do inconsciente, revelando o esquecido, o suprimido e o imaginário, anteriormente ocultados pela mente.



Markéta Condeixa

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