Obras
Untitled (Drifted) [Sem título (À deriva)]
sculpture
![Untitled (Drifted) [Sem título (À deriva)]](https://cms.macam.pt/storage/uploads/thumbs/inarte-work-3094_w840.jpg)
![Untitled (Drifted) [Sem título (À deriva)]](https://cms.macam.pt/storage/uploads/thumbs/inarte-work-3094_w840.jpg)
Data
2006
Técnica
MDF e faia
Dimensões
273 x 180 x 160 cm
Nas práticas da arte contemporânea surgem posições artísticas com um papel ativo e crítico para com o contexto da sociedade, refletindo assim sobre problemáticas atuais e dando visibilidade a eventos significativos que, por vezes, não são abordados metodicamente. Pedro Barateiro refere frequentemente problemáticas atuais, delineando conceitos num processo multifacetado e codificado. A escultura Untitled (Drifted) de 2006 é exemplo de um retrato formalista de uma calamidade ambiental, símbolo idóneo das atrocidades do sistema que sustenta o nosso modo de vida.
A forma escultórica, harmoniosa e nítida, com uma evidente atenção ao detalhe, parece retratar algo dramático. O elemento vertical e aguçado remete-nos para uma torre de perfuração de petróleo e, dado o subtítulo da peça “Drifted”, que pode ser traduzido por “à deriva” ou “a flutuar”, afigura-se uma representação de um derrame de petróleo. Tais desastres ambientais são, infelizmente, frequentes e pouco antes da criação desta peça, em Setembro de 2004, teve início o derrame numa plataforma de petróleo da empresa Taylor Energy no Golfo do México, drástico pela sua dimensão e porque se prolonga ainda até aos dias de hoje. Os impactos na natureza são inegáveis e irreversíveis, tanto a curto como a longo prazo, porém parecem, ainda assim, não impedir futuras falhas. Tais acidentes permanecem invisíveis e intocáveis, escondidos para garantir o perpétuo sistema de exploração dos recursos naturais, mas têm consequências graves. A escultura apresenta-se num branco gélido, estilizada e isenta de um claro realismo, numa antítese cromática dos elementos referenciais e como metáfora irónica que remete para a natureza pura alvo da poluição. Tal fantasma parece vaguear ao longo do espaço onde é exposto, enquanto serve de monumento acusatório aos crimes praticados pelo ser humano.
DC
A forma escultórica, harmoniosa e nítida, com uma evidente atenção ao detalhe, parece retratar algo dramático. O elemento vertical e aguçado remete-nos para uma torre de perfuração de petróleo e, dado o subtítulo da peça “Drifted”, que pode ser traduzido por “à deriva” ou “a flutuar”, afigura-se uma representação de um derrame de petróleo. Tais desastres ambientais são, infelizmente, frequentes e pouco antes da criação desta peça, em Setembro de 2004, teve início o derrame numa plataforma de petróleo da empresa Taylor Energy no Golfo do México, drástico pela sua dimensão e porque se prolonga ainda até aos dias de hoje. Os impactos na natureza são inegáveis e irreversíveis, tanto a curto como a longo prazo, porém parecem, ainda assim, não impedir futuras falhas. Tais acidentes permanecem invisíveis e intocáveis, escondidos para garantir o perpétuo sistema de exploração dos recursos naturais, mas têm consequências graves. A escultura apresenta-se num branco gélido, estilizada e isenta de um claro realismo, numa antítese cromática dos elementos referenciais e como metáfora irónica que remete para a natureza pura alvo da poluição. Tal fantasma parece vaguear ao longo do espaço onde é exposto, enquanto serve de monumento acusatório aos crimes praticados pelo ser humano.
DC