Obras
Vau
painting


Data
1959
Técnica
Óleo sobre tela
Dimensões
89 x 130,5 cm
Autodidata no campo das artes plásticas, Joaquim Rodrigo começa a pintar num estilo figurativo que já anuncia um desejo de experimentar a pintura para além dos modelos e convenções da representação mimética da realidade observada. Na década de 1950, o pintor inicia uma etapa geométrica e abstrata marcada pela economia e síntese da forma plástica, expressa em composições em que trabalha linhas retas, geradoras de formas geométricas simples. Esta pintura integra-se nesta linha de pesquisa informada e atenta às regras da geometria e da matemática: distribuídas numa cuidada grelha ortogonal, as formas estabelecem relações entre si, originando uma solução compositiva de reminiscências mondrianescas e que reflete o interesse do artista pelas múltiplas possibilidades de exploração do espaço bidimensional de representação pictórica.
As relações formais de proporção e de ritmo da composição são salientadas pelas cores planas, contrastantes e vibrantes, destacando-se o facto de, nesta pintura, Rodrigo experimentar pela primeira vez um novo esquema cromático de tons férteis que se contaminam entre si, numa elaborada combinação de nuances secundárias e das não-cores branco e preto, estabelecendo um subtil desvio do puro rigor abstrato. Esse desvio é igualmente instigado pelo título da obra - referência à praia do Vau, um dos seus espaços vivenciais, localizado no Algarve (no sul de Portugal) - que permite ao observador fazer uma leitura planimétrica e quase cartográfica da composição, tal como se fosse uma vista aérea sistematizada. Neste sentido, não contradizendo ainda o geometrismo construtivista ou o cromatismo neoplasticista, nota-se já a sugestão de uma vaga neo-figuração que viria a ser explorada na década seguinte.
JB
As relações formais de proporção e de ritmo da composição são salientadas pelas cores planas, contrastantes e vibrantes, destacando-se o facto de, nesta pintura, Rodrigo experimentar pela primeira vez um novo esquema cromático de tons férteis que se contaminam entre si, numa elaborada combinação de nuances secundárias e das não-cores branco e preto, estabelecendo um subtil desvio do puro rigor abstrato. Esse desvio é igualmente instigado pelo título da obra - referência à praia do Vau, um dos seus espaços vivenciais, localizado no Algarve (no sul de Portugal) - que permite ao observador fazer uma leitura planimétrica e quase cartográfica da composição, tal como se fosse uma vista aérea sistematizada. Neste sentido, não contradizendo ainda o geometrismo construtivista ou o cromatismo neoplasticista, nota-se já a sugestão de uma vaga neo-figuração que viria a ser explorada na década seguinte.
JB