Artistas
António Costa Pinheiro
António Costa Pinheiro (Moura, 1932 – Munique, 2015) frequentou a Escola Artística António Arroio e a Escola Superior de Belas Artes, onde desenvolveu a sua formação em Ilustração e Pintura. Posteriormente, trabalhou como artista gráfico e em ateliers de arquitetura e, em 1956, realizou a sua primeira exposição individual na Galeria Pórtico. Em 1957, obtém uma bolsa para estudar Gravura na Academia de Belas Artes de Munique, onde convive e expõe com René Bértholo, Lourdes Castro e Gonçalo Duarte. Em 1960, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, viaja para Paris e convive com Vieira da Silva e Arpad Szenes. Na capital francesa, com os três colegas de Munique e outros quatro – Jan Voss, Christo, José Escada e João Vieira – cria o grupo e revista KWY (1958-1963). Regressa a Lisboa em 1961, onde permanece dois anos em prisão política. Em 1965, de volta a Munique, inicia o ciclo Os Reis, desenvolvendo uma abordagem critica, com humor irónico, aos reis de Portugal, através de obras onde domina o grafismo e o tratamento heráldico das figuras. Em 1966, expõe na Galeria Leonhart (Munique), recebendo, no mesmo ano, o Prémio Burda de Pintura na Haus der hart. Um certo afastamento do núcleo português poderá ser explicado pelo pioneirismo da sua pintura, no sentido de uma associação ao expressionismo alemão, quase inexistente em Portugal. Isto é bem visível em Homenagem a Malevitch (1967). Receberia ainda, em 1967, o Prémio da Pintura da Cidade de Munique. Entretanto, focar-se-ia no projecto Citymobil e na publicação de textos, retomando a pintura apenas em 1976, dando início a séries como a de Fernando Pessoa e La fenêtre de ma tête. Nos anos 80/90, marcados por inúmeras exposições em Lisboa, no Porto, no Algarve, em Munique e em Paris, o artista apresenta não só pintura, mas também azulejaria e tapeçarias. Destacam-se exposições no Museu Calouste Gulbenkian (1981), na Casa Serralves (1990), no Mosteiro dos Jerónimos (1995), e a atribuição, em 2001, do “Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso”. Encontra-se representado em inúmeras coleções.
FMV, outubro 2020
FMV, outubro 2020