Artistas

António Soares

Não possuindo formação académica, António Soares (Lisboa, 1894 – Lisboa, 1978) iniciou a sua carreira artística como ilustrador, trabalhando regularmente com revistas como a Magazine Bertrand, ABC e Ilustração. Realizava também capas de livros, cartazes e anúncios. Como pintor, Soares apresentou-se ao público pela primeira vez em 1913 na II Exposição Dos Humoristas (Lisboa). A partir deste ponto estaria debaixo do olhar público, realizando diversas exposições individuais ao longo da sua carreira. Também vemos o seu nome presente em várias exposições coletivas, tais como nas do I e II Salão de Outono, em diversas da Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA) e ainda nas Exposições do Secretariado Nacional de Informação (SNI).  Assim como os principais nomes do seu tempo, participou na decoração do Bristol-Club e do café A Brasileira. Assim se entende o caráter multifacetado da sua prática artística, que inclui não só o desenho e a pintura, mas também a arquitetura, a decoração e a cenografia. Como pintor modernista, destaca-se o retrato da bailarina russa “Natacha” (1928), premiada com a 2.ª medalha no Salão de 1929 da SNBA. Considerada como a obra central de Soares, “Natacha” é demonstrativa de um interesse pela composição e pela figura humana, que sugere um olhar à obra de Columbano. É também uma confirmação da maturidade e qualidade que sua a pintura alcançou.  Em 1935 e 1948 o SNI atribui-lhe o Prémio Columbano e em 1962 recebe o Prémio Diário de Notícias. Internacionalmente, participa na Exposição de Vincennes (1929); na Exposição Internacional de Paris (1937), distinguido com o «Grand Prix»; na Exposição Internacional de Nova Iorque (1939), onde recebe uma Medalha de Honra; e na I Bienal de São Paulo (1951). Este reconhecimento como pintor central do modernismo em Portugal acompanhou o artista até, sensivelmente, aos anos 40, assistindo-se a um progressivo abandono de uma expressão modernista na sua pintura, e de um retorno a modelos mais naturalistas. A sua obra encontra-se em diversas coleções nacionais.
 
FMV, outubro 2020

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