Artistas
Francis Smith
Francis Smith (Lisboa, 1881 – Paris, 1961), também conhecido em Portugal como Francisco Smith, partiu ainda jovem para Paris, para estudar nas academias Julian e Grande Chaumière. Aí faria carreira, tornando-se membro reconhecido da informal École de Paris. Casado com a escultora francesa Yvonne Mortier, a sua obra teve em França assinalável sucesso comercial e de crítica, expondo com os mais consagrados artistas seus contemporâneos. Integrando a primeira geração dos modernistas portugueses, em Portugal a sua obra foi sempre catalogada como naïf, valorizando os assuntos abordados (temas populares portugueses que, com o tempo, passam a misturar quotidianos modernos franceses), e ignorando a inovação formal.
Participando nas coletivas dos modernistas, em Lisboa, desde logo na Exposição Livre de 1911, a sua primeira individual em 1918, no Salão Bobone, revelou-se um falhanço comercial e crítico, tendo sido necessário esperar pela exposição organizada pelo SPN em 1934 para conseguir maior notoriedade entre nós. Apesar de datar de então a aquisição de duas obras para o Museu Nacional de Arte Contemporânea, o desencontro com Portugal leva-o a não regressar, evocando-o, contudo, na obra, e participando em coletivas e na decoração do Pavilhão Português da Exposição Internacional de Paris, em 1937. Tais circunstâncias terão, de acordo com o historiador Jorge Costa, contribuído para a criação de uma mística nacional de pintor da saudade.
Viajante ilustrado e informado, Smith terá uma prática artística coerente com as buscas estéticas modernistas, de delibera estilização e simplificação. A sua primeira participação numa coletiva em Paris, em 1912, assinala um auspicioso começo com o mercado e a crítica francesa que, com alguns reveses periódicos (nomeadamente durante a II Guerra), se revela constante. Com a carreira lançada nos anos 20, as décadas seguintes consagram-no como autor de inspiração fauve, criador de uma obra de franco colorido e temática popular, quotidiana. Em 1931, recebe a importantíssima encomenda de trinta telas representando os pavilhões da Exposição Colonial Internacional, pelas quais receberia o título de Cavaleiro da Legião de Honra, do governo francês.
Nas últimas décadas de vida, regressará a uma paleta alegre que serve propostas formais crescentemente sintéticas, próximas de alguma abstração. A sua obra está representada em vários museus públicos franceses e portugueses.
EF
Dezembro 2020
Participando nas coletivas dos modernistas, em Lisboa, desde logo na Exposição Livre de 1911, a sua primeira individual em 1918, no Salão Bobone, revelou-se um falhanço comercial e crítico, tendo sido necessário esperar pela exposição organizada pelo SPN em 1934 para conseguir maior notoriedade entre nós. Apesar de datar de então a aquisição de duas obras para o Museu Nacional de Arte Contemporânea, o desencontro com Portugal leva-o a não regressar, evocando-o, contudo, na obra, e participando em coletivas e na decoração do Pavilhão Português da Exposição Internacional de Paris, em 1937. Tais circunstâncias terão, de acordo com o historiador Jorge Costa, contribuído para a criação de uma mística nacional de pintor da saudade.
Viajante ilustrado e informado, Smith terá uma prática artística coerente com as buscas estéticas modernistas, de delibera estilização e simplificação. A sua primeira participação numa coletiva em Paris, em 1912, assinala um auspicioso começo com o mercado e a crítica francesa que, com alguns reveses periódicos (nomeadamente durante a II Guerra), se revela constante. Com a carreira lançada nos anos 20, as décadas seguintes consagram-no como autor de inspiração fauve, criador de uma obra de franco colorido e temática popular, quotidiana. Em 1931, recebe a importantíssima encomenda de trinta telas representando os pavilhões da Exposição Colonial Internacional, pelas quais receberia o título de Cavaleiro da Legião de Honra, do governo francês.
Nas últimas décadas de vida, regressará a uma paleta alegre que serve propostas formais crescentemente sintéticas, próximas de alguma abstração. A sua obra está representada em vários museus públicos franceses e portugueses.
EF
Dezembro 2020