Artur Bual

Artur Bual (Lisboa, 1926 - Amadora, 1999) foi um dos mais importantes artistas portugueses da segunda metade do século XX, destacando-se sobretudo na pintura gestualista, da qual seria considerado o pioneiro e referência em Portugal. Após ter frequentado a Escola de Artes Decorativas António Arroio, inicia a sua carreira artística e começa a expor no início dos anos 50. Em 1952, recebe o 3º prémio na exposição Um Americano em Paris, em Lisboa, e, dois anos mais tarde, participa no I Salão de Arte Abstracta, organizada pelo historiador José-Augusto França, na sua Galeria de Março. No entretanto, as suas obras figuram nas mais importantes exposições colectivas do seu tempo, como as Gerais de Artes Plásticas da Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA), a I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian e no I Salão de Arte Moderna da SNBA (1958), marcando também presença regular no estrangeiro, sendo que, em 1959, receberia um terceiro prémio na I Bienal de Paris, em França. A sua atividade estende-se para além da pintura, realizando frescos para doze capelas no Alentejo e no Ribatejo, assim como painéis-mosaico para a estação da CP da Amadora e para o Metropolitano de Lisboa. Foi também director gráfico da revista Contravento, director plástico de diversas cenografias organizadas pelo Teatro Experimental de Cascais e do Porto, e responsável pela ilustração dos livros Instinto Supremo, As Alegres Noites de um Boticário eRencontre avec culture Portugaise. Na década de 70, participa nos Encontros Internacionais de Arte das Caldas da Rainha e Vila Nova de Cerveira, organizados pelo Grupo Alvarez. Marcos na sua carreira incluem ainda o Prémio Nacional Amadeo de Souza Cardoso, em 1959, e o Prémio MAC’Carreira (Movimento Arte Contemporânea), em 1997. A sua obra encontra-se representada em importantes coleções, como no Palácio da Justiça de Lisboa, no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em vários museus nacionais e Câmaras Municipais. 
 
FMV, agosto 2020