Berlinde De Bruyckere

Berlinde de Bruyckere nasceu em 1964, em Gent, Bélgica, onde vive e trabalha. Filha de pai talhante, foi criada numa instituição católica, vindo a estudar na LUCA School of Arts, Bélgica. Iniciou o seu percurso artístico entre finais de 1980 e inícios de 1990.

Muito influenciada pela iconografia cristã, o ambiente dos talhos, a mitologia de Ovídio, a pintura renascentista flamenga e alemã ou o cinema de Pasolini, a obra escultórica de Berlinde de Bruyckere convoca uma conceção de corpo assente na metamorfose e na ambivalência de estados, que os seus desenhos também acompanham.

Humanos ou equinos, os corpos esculpidos pela artista, envolvendo cera, pigmento, peles de animais, cabelos, tecidos, assentes em bases de metal, madeira ou vitrines, configuram momentos de drama e erotismo que crescem a par de conflitualidades irresolúveis entre vida e morte, proteção e ameaça. Nestes corpos sofridos, de onde emana uma assombrosa sensualidade, são também os grandes dramas do mundo que espreitam.

Destacam-se as exposições individuais We are all Flesh, Australian Centre for Contemporary Art, Melbourne; The Wound, Arter, Istambul (2012); In the Flesh, Kunsthaus Graz (2013); The Embalmer, Kunsthaus Bregenz/Kunstraum Dornbirn; Penthesilea, Musée d'Art Moderne et Contemporain, Estrasburgo (2015); Suture, Leopold Museum, Viena (2016); Embalmed, Kunsthal Aarhus (2017); Sara Hilden Art Museum, Tampere (2018); ALETHEIA, Fondazione Sandretto Re Rebaudengo, Turim (2019); Plunder / Ekphrasis, MO.CO. Montpellier Contemporain (2022). Expôs em diálogo com outros artistas: Mysterium Leib. Berlinde De Bruyckere im Dialog mit Cranach und Pasolini, Kunstmuseum Moritzburg, Halle/Kunstmuseum Bern (2011) ou Philippe Vandenberg & Berlinde De Bruyckere. Innocence is precisely: never to avoid the worst, De Pont Museum of Contemporary Art, Tilburg/La Maison Rouge – Fondation Antoine de Galbert, Paris (2012/2014); Participou nas Bienais de Veneza (2003), Berlim (2006), Gwangju (2010) e Istambul (2017). Representou a Bélgica na 55ª Bienal de Veneza de 2013. Em 2015, recebeu o Doutor Honoris Causa pela Universidade de Gent.

Tem a sua obra representada em diversas coleções institucionais em todo o mundo.

Sofia Nunes