Artistas
Gil Heitor Cortesão
Formado em Pintura na Escola de Belas Artes de Lisboa, em 1990, Gil Heitor Cortesão (Lisboa, 1967) frequentou também a Academia Albertina di Belle Arti de Turim, entre 1991 e 1992. No âmbito das primeiras mostras individuais, têm particular interesse as que realiza na Galeria Módulo, em 1988, em Lisboa e no Porto, em 1992, no sentido em que os trabalhos que aqui apresenta, permitem entender como, desde cedo, a transparência é um conceito presente na sua obra. Em 1996, a exposição Rosas Azuis, no Museu Botânico, consolida a sua preferência pela relativamente rara técnica de pintar a óleo sob vidro acrílico, nomeadamente, sob o verso de folhas Plexiglass – processo que caracterizaria o seu percurso pictórico. Apesar de pintar várias camadas sobre a face do vidro, a face exposta ao público é a oposta, fazendo com que apenas se observe a primeira camada pintada, a qual, pela qualidade do suporte que anula a textura da tinta, se poderá assemelhar às características da fotografia. Embora as suas composições sejam geralmente inspiradas em fotografias ou outras imagens dos anos 60 e 70, o resultado final distancia-se de modo original da fonte primária. Assumindo os borrões, as manchas, as distorções, as variações de escala, as escorrências e outros processos, o artista fabrica uma cultura inédita, revisitando frequentemente a temática da arquitetura modernista. O reconhecimento que a sua obra alcança pode ser verificado na atividade expositiva regular que mantém ao longo dos anos, destacando-se, em anos mais recentes, as exposições Collector’s Choice (Galeria Exit Art, Nova Iorque, 2000), Mnemopolis (Fundação Calouste Gulbenkian, 2004), Wallpaper (Galeria Pedro Cera, 2011), Second Nature (Galerie Suzanne Tarasiève, Paris, 2015), Umbra (Carbon 12, Dubai, 2018), entre outras. No ano 2000, foi um dos escolhidos para o Prémio EDP de Pintura e Desenho. A sua obra encontra-se representada em importantes coleções públicas, como a Fundação Calouste Gulbenkian, a Coleção Fundação de Serralves, EDP – Electricidade de Portugal e o Museé d’Art Moderne Grand-Duc Jean-Mudam (Luxemburgo).
FMV, outubro 2020
FMV, outubro 2020