João Marques de Oliveira (Porto, 1853 – Porto, 1927) inicia o curso de Pintura Histórica da Academia Portuense de Belas Artes, em 1864. Termina o curso em 1873, e parte no mesmo ano para Paris com o colega de curso Silva Porto, com uma bolsa do Estado. Na capital francesa, frequenta a École des Beaux-Arts, onde é discípulo de Cabanel e Yvon, conhece as propostas da escola de Barbizon e assiste à exposição retrospetiva de Corot, artista que admira e que terá uma grande influência na sua obra. Em 1876, sempre acompanhado de Silva Porto, realiza diversas visitas de estudo à Bélgica, à Holanda e a Inglaterra, fixando-se em Roma no final do mesmo ano. Regressados a Paris, em 1878, a composição sobre Céfalo e Prócris, marcaria a conclusão da bolsa e o fim da estadia. Já em Portugal, no ano seguinte, é nomeado Académico de Mérito da Academia Portuense de Belas Artes. Nesta Academia leciona, em 1881, Desenho Histórico e, a partir de 1895, Pintura Histórica, ocupando ainda, durante um periodo de tempo, o lugar de Diretor. Como professor, teve um papel fundamental na divulgação da estética naturalista em Portugal, particularmente das ideias que assimilou em França. Em 1880, colabora na criação do Centro Artístico Portuense e do seu núcleo, A Arte Portuguesa, participando ainda na organização das Exposições de Arte no Ataneu Comercial do Porto, que tiveram lugar entre 1887 e 1895. Marques de Oliveira, além de inúmeros retratos, como o Retrato de Silva Porto (1876), deixa uma extensa e notável obra de pintura de paisagem, retratando essencialmente o Norte de Portugal e demonstrando uma sensibilidade única pela natureza.
FMV, julho 2020
FMV, julho 2020
