Artistas

Jorge Barradas

1971LisboaPortugal
Jorge Barradas (Lisboa, 1894 – Lisboa, 1971) frequentou a Escola Machado de Castro e ingressou, em 1911, na Escola de Belas-Artes. Porém, não concluiria nenhum dos cursos, dando preferência a uma formação autodidata. Por intermédio do diretor de A Sátira, Barradas foi apresentado ao núcleo boémio de Lisboa, com quem viria a expor no I Salão de Humoristas Portugueses (1912). Nos anos seguintes, participaria nas exposições que, tal como a anterior, contribuíram indubitavelmente para a emergência de um novo caminho na arte portuguesa – o Modernismo. Encontramo-lo, então, na II Exposição de Humoristas (1913), na IIII e IV Exposições de Humoristas e Modernistas (1915, 1920 e 1924) e no II Salão de Modernistas (1916). Nos finais da década de 1910 e ao longo da década de 20, cooperou com inúmeras publicações como Papagaio Real, Ilustração Portuguesa, Magazine Bertrand, ABC, entre outras, realizando notáveis ilustrações. Foi diretor artístico do Abc a rir e fundou, com Henrique Roldão, o quinzenário O Riso da Vitória. Não se afastou, contudo, do universo da pintura, colaborando, entre 1925 e 1927, na célebre decoração do café A Brasileira, com uma obra que lhe valeria o Prémio Malhoa (1930). Provido de um olhar atento ao meio que o rodeava, Barradas retratou com originalidade e humor o folclore português – os bairros populares com as suas figuras típicas, como as varinas, as leiteiras, os mendigos, o novo-rico – destacando-se o protagonismo dado à figura feminina. Este género tornou-se na especialidade da sua obra, apesar de não ter deixado ignoradas as naturezas-mortas e as composições religiosas. Em 1931, de uma estadia de seis meses na ilha de São Tomé, resultam paisagens tropicais marcadas por fortes contrastes cromáticos. Entre 1935 e 1947, continuou a participar nos salões de arte moderna em Portugal, recebendo o Prémio Columbano, em 1939. Marcou também presença no estrangeiro, expondo no Brasil (1923), em Sevilha (1929) e em Paris, onde recebeu uma medalha de ouro na Exposição Internacional de Paris (1937). A partir de 1945, dedicou-se, com sucesso, ao universo da cerâmica, vertente na qual receberia o Prémio Sebastião de Almeida (1949). A sua obra encontra-se presente em coleções institucionais e particulares.
 
FMV, outubro 2020

Obras

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