Artistas

Marcelino Vespeira

1925SamoucoPortugal
Marcelino Vespeira (Alcochete, 1925 - Lisboa, 2002) inicia a sua formação na Escola de Artes Decorativas António Arroio, onde estuda até 1942, seguindo-se o curso de Arquitetura da Escola de Belas Artes, do qual desistiu após um ano. Aplica-se, então, nas artes gráficas, trabalhando no Estúdio Técnico de Publicidade, dedicando-se também à pintura. No início dos anos 40, frequentou os encontros no café Herminius, expondo pela primeira vez em 1943, juntamente com Júlio Pomar, Pedro Oom, Fernando de Azevedo e Gomes Pereira, num quarto que alugaram para o efeito. O contexto sociopolítico do pós-Guerra, cria no artista um desejo de intervir através da sua arte, com obras que se inserem nos ideais do Neorrealismo, defendendo ainda o carácter interventivo da arte na sua Carta Aberta aos Pintores Portugueses, em 1945. No ano seguinte, apresentaria na Exposição de Artes Plásticas a pintura Apertado pela fome (1945), que marcava o início da aproximação a esta corrente. Contudo, a linguagem formal adotada, anunciava já a futura ligação ao movimento surrealista, ao qual aderiu plenamente em 1947, sendo um dos fundadores do Grupo Surrealista de Lisboa e tendo participado em todas as suas atividades. Nesta fase, a sua paleta expande-se, destacando o carácter erótico das composições. O ano de 1952, marcaria uma interrupção na produção surrealista, a par de uma breve passagem pelo abstracionismo, retomando as composições oníricas e a gramática surrealista do período anterior, na década de 60. Paralelamente, manteve-se ativo no âmbito das artes gráficas, tendo sido diretor gráfico da revista Colóquio entre 1962 e 1966. Teve um papel significativo nas campanhas que seguiram ao 25 de Abril de 1974 e integrou a Comissão Central de Dinamização Cultural e Acção Cívica do MFA, tendo criado vários cartazes icónicos. Representativo de um momento único e original do Surrealismo em Portugal, seria homenageado com a criação do Prémio Vespeira, em 1985, pela autarquia do Montijo. Recebeu o Prémio Columbano, em 1957, e o Prémio AICA, em 2000, ano em que o MNAC realizou a sua primeira retrospetiva. Está representado em várias coleções institucionais e particulares.
 
FMV, outubro 2020

Obras

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  • Óleo 118
    Óleo 118

    Marcelino Vespeira