Maria Inês Ribeiro da Fonseca (Lisboa, 1926 – Lisboa, 1995), conhecida pelo seu nome artístico, Menez, foi uma artista portuguesa, de formação autodidata. Começou a produzir as primeiras obras, em 1952, realizando a primeira aparição pública, dois anos mais tarde, na Galeria de Março, então dirigida por José-Augusto França. Estas primeiras obras dos anos 50, de teor não figurativo, refletem a habilidade da artista como colorista e foram, desde logo, alvo de crítica positiva. Este sucesso traduz-se na participação em algumas das mais importantes exposições da década, como na Exposição de Pintura Moderna Portuguesa, em 1955, no 1º Salão dos Artistas de Hoje, em 1956, e na coletiva Cinquenta Artistas Independentes, em 1959. A década seguinte é marcada por duas estadias em Londres (uma entre 1964 e 1965 e outra em 1969), como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, às quais se poderá associar a influência da Arte pop, que de algum modo se verificou na sua produção. No mesmo período, assiste-se ainda a uma viragem na sua obra, agora orientada para uma tendência informalista e expressionista lírica, justificada numa maior compreensão e tratamento de formas, ou mesmo, por vezes, da figura humana. Foi também uma década de importantes mostras, nacionais e internacionais, tais como as edições das Exposições de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, em 1957, 1961 e 1986 - sendo que na segunda, recebeu o segundo Prémio de Pintura;a Bienal de Tóquio, em 1966; Art Portugais: Du Naturalisme à nos jours, em Bruxelas, em 1967; Pintura Portuguesa de Hoy, em Madrid, em 1973; e Portuguese Art since 1910, em Londres, em 1978. Após um período de cessação, em grande parte motivado pela morte dos dois filhos mais velhos, em 1976 e 1977, retoma a atividade artística nos anos 80, pela via da nova figuração. Nesta produção final, destaca-se o caráter teatral das cenas representadas, assim como, nos cenários setentistas, uma profunda análise do azulejo barroco. Neste âmbito, foi autora de importantes encomendas públicas, tais como os azulejos que realizou para a estação metropolitana do Marquês de Pombal, em 1995. Em 1990, a Fundação Calouste Gulbenkian organizou uma retrospetiva da sua obra e recebeu o Prémio Pessoa.
FMV, outubro 2020
FMV, outubro 2020
