Nikias Skapinakis (Lisboa, 1931 - Lisboa, 2020), artista de ascendência grega nascido em Lisboa, é um dos nomes incontornáveis da pintura portuguesa do século XX, conhecido como «mestre da cor e da forma». Não conclui o curso de Arquitetura na Escola de Belas Artes de Lisboa, mas através dele encontra a sua vocação para as artes visuais. Inicia a sua atividade expositiva em 1948, na III Exposição Geral de Artes Plásticas, demonstrando, já nesta fase, a predilecção pelo tratamento dos temas através de formas coloridas, das quais a sua obra não se distanciará. Desde então, realiza diversas exposições individuais, e o seu nome figura regularmente em colectivas em Portugal e no estrangeiro. Além da pintura, dedica-se também à litografia, à serigrafia, à ilustração de livros - tais como Quando os Lobos Uivam (Aquilino Ribeiro, 1958) e Andamento Holandês (Vitorino Nemésio, 1983) – e à crítica de arte. Foi-lhe atribuída a Bolsa Malhoa da Sociedade Nacional de Belas Artes, em 1963, e uma bolsa para investigação, da Fundação Calouste Gulbenkian, em 1976/77. É autor de um painel para a renovação do café A Brasileira (1971) e do painel “Cortina Mirabolante” para o Metropolitano de Lisboa (2005). A primeira de várias exposições antológicas tem lugar no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em 1985, seguindo-se outra no Museu do Chiado, em 1996, no Museu de Serralves, em 2000, e mais recentemente, em 2012, no Museu Coleção Berardo. Marcos na sua carreira, profusamente premiada e reconhecida, incluem o Prémio da crítica AICA - SEC, em 1990, e o Prémio Nacional Amadeo de Souza-Cardoso, em 2005. Em 2007, foi ainda realizado um filme documental sobre a sua obra. A sua capacidade de retratar o universo cultural lisboeta dos anos 60 e 70 foi uma das suas características mais aclamadas, encontrando-se assim representado nas mais importantes coleções privadas e públicas do país.
FMV, setembro 2020
FMV, setembro 2020