Rolando Sá Nogueira (Lisboa, 1921 – Lisboa, 2002), formou-se em Pintura na Escola de Belas Artes de Lisboa (1946-1952), após ter pedido transferência do curso de Arquitetura. Em 1947, apresenta pela primeira vez o seu trabalho na II Exposição Geral de Artes Plásticas, em 1947. Ao longo dos anos 50, participa em importantes exposições nacionais, como a I Exposição de Artes Plásticas (1957), o I Salão de Arte Moderna (1959) e a exposição 50 Artistas Independentes (1959). Emergindo na época da afirmação do movimento neorrealista em Portugal - príncipios aos quais se pode associar a fase inicial da sua obra - o artista traçou um percurso autónomo, que se distanciaria da realidade cultural, mais restrita, do Portugal de então. Na génese deste afastamento, está a estadia em Londres, onde, entre 1961 e 1964, frequenta a Slade School of Art. Aqui, entra em contacto com a emergente cultura britânica, informando-se acerca das correntes artísticas internacionais em voga. Assim, do lirismo dos primeiros anos, avança para uma linguagem expressionista que, ainda nos inícios da década de 60, evolui para um registo neo-figurativo, com afinidade pela Arte pop, no qual integra elementos concretos do seu quotidiano lisboeta e, mais tarde, londrino. Da linguagem pop, retira ainda a imagética da publicidade, das revistas e dos cartazes, que trabalha recorrendo a colagens e a mecanismos de reprodução mecânica da imagem. A partir da década de 80, retoma o vocabulário expressionista na sua obra, traduzido através de escorrências e de manchas coloridas irregulares, entre outros processos. De destacar ainda a sua atividade pedagógica, na Sociedade Nacional de Belas Artes, na década de 60, na Escola de Belas Artes do Porto, entre 1977 e 1983, e na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, a partir de 1983. Em 1972, recebe Menção Honrosa do Prémio Soquil e, em 1998, o Museu do Chiado dedica-lhe uma Exposição Retrospetiva.
FMV, setembro 2020
FMV, setembro 2020