Artistas

Sarah Affonso

1899LisboaPortugal
1983LisboaPortugal
Nascida em Lisboa (13 de Maio de 1899 – 15 de Dezembro de 1983), Sarah Affonso passa a infância em Viana do Castelo, Minho, o que será determinante na sua paleta festiva e na criação de parte significativa do seu imaginário. Regressando à capital apenas em 1914, em 1915 inicia os estudos de pintura na Escola de Belas Artes. A recepção crítica à obra, que expõe em 1923, leva-a a rumar a Paris. Estudando na Académie de la Grande Chaumière, frequenta toda a vida cultural que se lhe apresenta, desde teatro a dança, ateliers de artistas e museus. É aí que descobre a obra de Matisse, cujo fascínio a acompanhará toda a vida, na pintura e no desenho e evocando-o também, mais tarde, na Quinta da Lameirinha, quinta que compra com o seu marido, Almada Negreiros, e cujo projeto paisagístico ela concebe. 
Um problema de saúde da mãe obriga-a a voltar a Lisboa em 1924. Integra as exposições dos modernistas, apresentando, logo em 1926, trabalhos de pintura e bordado, afirmando a versatilidade das suas capacidades criativas e a modernidade com que encara as artes. Em 1928, organiza a primeira individual. Bem recebida pela crítica, mas desapontada com o panorama nacional, volta a Paris. Participa no Salon d'Automne de 1928, com a tela "Meninas". Exposta com destaque e boa iluminação, esse auspicioso começo de carreira internacional é, contudo, contrariado pela doença da mãe que a obriga a regressar a Lisboa, em 1929.
Mantendo durante vários anos uma atividade pictórica ligada ao retrato, registando amigos e familiares, em abordagens claramente modernas e assertivas, trabalha também na ilustração de livros, nomeadamente para obras de Fernanda de Castro, Teresa Leitão de Barros, ou Sophia de Mello Breyner Andresen, e revistas como a Civilização e a Eva. Cria também cartões de tapeçaria e faz projetos de cerâmica. A impossibilidade de depender financeiramente da pintura não calou a sua necessidade de criar que soube infletir, com especial notoriedade, para o bordado, a ilustração e a cerâmica, além da criação artística que constitui a Quinta da Lameirinha.
A sua obra está representada, em outras coleções, na Coleção Moderna da FCG e na do Museu Nacional de Arte Contemporânea.
EF
Dezembro 2020

Obras

(1)

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  • As Três Graças
    As Três Graças

    Sarah Affonso