Obras
Because I do not hope [Porque eu não tenho esperança]
photography
![Because I do not hope [Porque eu não tenho esperança]](https://cms.macam.pt/storage/uploads/thumbs/inarte-work-4024_w840.jpg)
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Data
2004
Técnica
Impressão cibachrome
Dimensões
20 x 20 cm (2x)
Autor de uma vasta obra de desenho, Alexandre Conefrey trabalha também a gravura e a fotografia, procurando sempre encontrar o suporte e as técnicas que melhor correspondam aos temas em questão. O díptico - ‘Because i do not hope'
é um dos exemplos de uma série de obras em que o artista utiliza um processo fotográfico designado como cibachrome (reprodução de slides em papel fotográfico) e onde, apesar da marcada diferença de suporte face ao desenho, Conefrey utiliza, por vezes, técnicas familiares de desfoque e de contornos pouco definidos que evidenciam o seu estilo característico de figuração assombrosa. Na imagem à esquerda conseguimos vislumbrar dois rostos desfocados, num grau de quase abstração. Na imagem à direita vemos um vulto de uma pessoa em corpo inteiro, que parece encapuçada, como que apanhada entre o ato de perseguir ou de fugir.
As imagens, sem aparente relação, surgem como fragmentos ou pedaços soltos e descontextualizados de uma narrativa à qual o espectador não tem acesso, a não ser através de uma tentativa de reconstrução da mesma que pode ser levada a cabo mediante a conjugação das pistas fornecidas pelo artista. Para além das imagens em si e da técnica utilizada para as trabalhar, o observador dispõe também de um elemento fundamental nas obras de Conefrey: o título. Referência direta a um poema de T.S. Eliot (- Ash Wednesday,
Quarta-feira de Cinzas) que fala sobre a origem e o fim de todas as coisas (do pó ao pó), a frase do título (Porque eu não tenho esperança), a par com a característica de se tratar de um díptico, aponta-nos um caminho possível para a análise/ reconstrução da obra: os ciclos intermináveis de que é feita a existência e os contrastes, ambiguidades e dualidades que nela se encontram e que a perpetuam, muitas vezes para lá da esperança.
Ana Fabíola Maurício
é um dos exemplos de uma série de obras em que o artista utiliza um processo fotográfico designado como cibachrome (reprodução de slides em papel fotográfico) e onde, apesar da marcada diferença de suporte face ao desenho, Conefrey utiliza, por vezes, técnicas familiares de desfoque e de contornos pouco definidos que evidenciam o seu estilo característico de figuração assombrosa. Na imagem à esquerda conseguimos vislumbrar dois rostos desfocados, num grau de quase abstração. Na imagem à direita vemos um vulto de uma pessoa em corpo inteiro, que parece encapuçada, como que apanhada entre o ato de perseguir ou de fugir.
As imagens, sem aparente relação, surgem como fragmentos ou pedaços soltos e descontextualizados de uma narrativa à qual o espectador não tem acesso, a não ser através de uma tentativa de reconstrução da mesma que pode ser levada a cabo mediante a conjugação das pistas fornecidas pelo artista. Para além das imagens em si e da técnica utilizada para as trabalhar, o observador dispõe também de um elemento fundamental nas obras de Conefrey: o título. Referência direta a um poema de T.S. Eliot (- Ash Wednesday,
Quarta-feira de Cinzas) que fala sobre a origem e o fim de todas as coisas (do pó ao pó), a frase do título (Porque eu não tenho esperança), a par com a característica de se tratar de um díptico, aponta-nos um caminho possível para a análise/ reconstrução da obra: os ciclos intermináveis de que é feita a existência e os contrastes, ambiguidades e dualidades que nela se encontram e que a perpetuam, muitas vezes para lá da esperança.
Ana Fabíola Maurício